terça-feira, 16 de abril de 2013

MD já nasce com oito cadeiras na Assembleia

Esta quarta-feira pode definir a fusão do PPS o do PMN, resultando no surgimento do MD – Mobilização Democrática. É um fato que pode resultar importante para a política mineira, pois o novo partido já começaria constituído por oito deputados com assento na Assembleia Legislativa, como previu ontem o secretário de estado da Saúde, Antônio Jorge, hoje filiado ao PPS. Os entendimentos conclusivos vão se processar em Brasília entre os dirigentes das siglas fundidas. Para Antônio Jorge, as vantagens são evidentes e beneficiam tanto o PPS como o PMN, pois o novo partido ganha mais força e amplia seu tempo na TV para a campanha eleitoral que se aproxima.
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A previsão do secretário de Saúde de que o MD começa fortalecido inclui, além da bancada mineira, a certeza de que na Câmara dos Deputados serão tomadas, de imediato, entre vinte e vinte e cinco cadeiras, expectativa que se explica pelos muitos casos em que parlamentares estão em situação desconfortável nos partidos em que se encontram hoje. Outra questão que Antônio Jorge define como virtude do MD é sua oposição ao governo federal, além de se posicionar, em Minas, a favor da candidatura de Aécio Neves à presidência da República.
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. Para outras lideranças políticas, o Mobilização Democrática nasce sob a suspeita de que vem só com o propósito de apoiar a candidatura de Eduardo Campos à sucessão da presidente Dilma, e por isso preferem jogar com mais cautela. Em Juiz de Fora, líder do PMN, o vereador Isauro Calais também acha que é preciso aguardar um pouco, para análise mais cuidadosa. Há uma série de questionamentos, a começar quais os deputados que sairão do PPS e do PMN, e quais os que vão chegar. Outras indagações, segundo o vereador, dizem respeito à situação das comissões provisórias e diretórios, porque quanto ao futuro destes nada de antecipou.
Pescando uma
explicação
Há um ano, o governo se esforçava para convencer a opinião pública de que a indicação do ”bispo” Marcelo Crivella para o Ministério da Pesca nada tinha a ver com sua liderança nos meios evangélicos. Mas a presidente Dilma também não se sentiu suficientemente corajosa para atribuir ao ministro conhecimentos na área da aquicultura. Seria demais. Mas, se, como garantiu a presidente, a nomeação não foi resultado de composição com os “pastores”, passado um ano da posse, está na hora de Crivella mostrar o que fez, se é que fez, pelo desenvolvimento da pesca no País.
Reforma mantém
velhas dúvidas
A primeira dúvida, na verdade reeditada, no momento em que se ensaia a reforma política, é a escala de prioridades entre os itens propostos. Deputados dividem opiniões em relação à importância dos temas, como o sistema proporcional de lista flexível e o modelo de financiamento público de campanha eleitoral. Nos últimos dias ampliaram-se as possibilidades de aprovação menos acidentada das matérias, diante da garantia de que, quaisquer que sejam as decisões, elas seriam submetidas a um plebiscito, antes de terem valor para as eleições de 2014.
Comenda
vai para 22
Divulgada ontem oficialmente a relação das personalidades e instituições agraciadas pela prefeitura com a Comenda Henrique Halfeld. A entrega será no dia 27 de maio, às 19h, no Pró-Música. Compõem a lista: Alexandre Ank, mesatenista paralímpico; Ministro da Agricultura, Antônio Andrade: Associação Brasil-Alemanha;  Conselho de Pastores de Juiz de Fora; Darcy Pontes, sócia-fundadora e diretora-presidente do Colégio Cave; Hélio Lourenço da Silva, funcionário da Prefeitura há 30 anos, encarregado de obras da rede física das escolas municipais; João Carlos Amaral, presidente da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo – Minas; João César Novais, médico ortopedista e traumatologista; Joaquim Castellões, ex-diretor da Faculdade de Direito e assessor de negócios jurídicos da Prefeitura; José Henrique Paim Fernandes, economista, foi presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação e subsecretário da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República; Padre José Leles da Silva, pároco da Capela Nosso Senhor dos Passos e diretor-secretário do Conselho de Administração da Santa Casa; José Manoel da Silva, superintendente das regionais da União Juiz-forana de Associações Comunitárias de Bairros e Distritos; José Maurício Arantes Braga, engenheiro civil, chefe de Gabinete na Câmara dos Deputados; José de Barros, radialista; Jorge Berg de Mendonça, desembargador federal do Trabalho; Luciana Ferreira Gagliardi, defensora pública; Coronel Márcio Martins Sant’anna, comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais; Murílio Hingel – ex-ministro da Educação; Nely Falabella, pedagoga, atua na Associação dos Amigos e no Instituto Humana; Neusa Mitterhoff, diretora administrativa do Instituto Itamar Franco; Paulo Roberto Lopes, empresário, sócio do Bahamas, e Rogério Nery, superintendente da TV Integração. 
TSE ressuscita
a velha censura
A semana começou sob a perplexidade da imprensa e de juristas ante a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de proibir, atendendo a pedido do ex-presidente Lula, a veiculação de um site de Arnaldo Jabor na CBN, em que ele faz denúncia sobre a corrupção em alta escala que se espalhou pelo governo. Escreveu o jornalista que “no Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, explicáveis demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas”.
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. E acrescenta Jabor no comentário censurado: “Com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!! Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo!”
Os sindicatos
e a política
Os sindicatos de trabalhadores e suas confederações passam calados e ausentes desde o primeiro ano do governo Lula, salvo brevíssimas exceções. Ausentes não por lhes faltar motivos, mas porque se ajustaram aos novos tempos do poder. Sindicato cuidando de política é coisa que não dá certo, disse o jurista Miguel Reale, presidente do Instituto Brasileiro de Filosofia, quando veio a Juiz de Fora, em março de 1982, para pronunciar a aula inaugural da Faculdade de Direito. Os anos seguintes mostrariam que o fator partidário mais importante seria exatamente o atrelamento do sindicalismo à organização política, do qual resultaria a ascensão do PT ao poder. Reale supunha o contrário, ao analisar que “o Partido dos Trabalhadores se endeusou, mas não tem identificação nacional, mas apenas com uma classe específica”.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do FOLHA JF ))

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