quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Mensalão na hora de enfrentar o Supremo

Com presença assegurada na pauta, mais que o destino da Lei da Ficha Limpa, o processo do mensalão pode estar chegando ao momento de ajustar contas com a mais alta corte de Justiça do País. O Supremo Tribunal Federal tem tudo para julgar os réus, entre eles o ex-ministro José Dirceu, que teve de deixar o cargo, mas continua sendo um dos homens mais influentes do governo. Esse processo, que guarda um dos maiores escândalos da política em tempos republicanos, vem se arrastado há quase sete anos, quando o presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro, Roberto Jefferson, denunciou o pagamento de propinas a deputados para manterem maioria de votos de interesse do governo. Essa longa demanda se deveu, em grande parte, ao comportamento do governo Lula, que sempre negou a existência do mensalão; no máximo, aceitava a suspeita de caixa dois.
O ministro Ricardo Lewandowisk, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, confirmou a disposição de liberar o processo para que o julgamento se faça o quanto antes, com base na relatoria do ministro Joaquim Barbosa, que concluiu seu trabalho em dezembro último. “Trata-se de matéria que tem amplas condições de ser julgada imediatamente”, garantiu ele.
O fato de o mensalão estar em condições de ir a plenário ainda no primeiro semestre, e reconhecidas as responsabilidades, não pressupõe a possibilidade de todos os envolvidos serem condenados, pois alguns serão favorecidos pela prescrição, que se dá quatro anos após a denúncia.


As chuva sob controle

A se tomar por base a previsão dos especialistas em meteorologia, a temporada mais pesada das chuvas já vai passar, e as que estão por vir prometem uma intensidade incapaz de acarretar maiores tragédias na cidade; diferentemente de outros tempos, quando elas não passavam sem deixar um rastro de morte e destruição, como revela anotação da imprensa: nas duas últimas décadas as chuvas mataram um e meio juiz-foranos por ano.
A superação de impactos tão indesejáveis se deve a uma série de iniciativas das administrações mais recentes. A começar por Itamar Franco, que, na presidência da República, determinou a conclusão das obras da Barragem de Chapéu D'Uvas, iniciadas ainda no tempo de Juscelino. Essa barragem controla a lâmina do Paraibuna, o que é quase tudo para evitar desastres na temporada das águas.
Quando prefeito, Tarcísio Delgado fincou pilastras de concreto para a sustentação de pedras do Morro do Redentor, que, se rolassem, representariam o risco de tragédia na zona urbana, capaz de matar mais que qualquer enchente.
Neste ano, quando o volume de problemas veio bem menor, atribuem-se ao prefeito Custódio Mattos duas iniciativas importantes: a limpeza de cerca de 800 bocas de lobo e dragagem em pontos vulneráveis do curso do rio.



Convivência

Um dos objetivos do PPS na série de encontros que vai promover com os pré-candidatos a vereador, já a partir de fevereiro, é estabelecer método de convivência entre eles, de forma que compreendam que os adversários estão em outros partidos, não internamente.
O secretário da executiva, Marcos Pinto, foi vereador em legislaturas passadas, e sabe que a luta doméstica acaba sendo uma dificuldade para o partido, antes de ser prejudicial aos próprios candidatos.


Curso técnico

O secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada, informou ontem que Juiz de Fora passa a ser beneficiada, neste ano, com novos recursos do Pronatec, um programa destinado a fomentar cursos técnicos e de “formação continuada inicial”. Esse programa, que pretende ser um novo instrumento de apoio à profissionalização dos jovens, é executado em parceria da Secretaria de Educação com o MEC.
O secretário, que vem sendo indicado como futuro líder do governo na Assembleia, recebeu informação de que foi atendida sua proposta de liberação de verba para obras nas escolas Aly Halfeld, Almirante Barroso e Professor Lopes, num total de R$ 1,1 milhão.


Explicação

Pode estar sendo traçado hoje o futuro do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, acusado de favorecer seu estado, Pernambuco, com verbas de saneamento que seriam destinadas a outros estados. Ele vai ser interpelado no Senado por uma Comissão Representativa, formada por oito senadores e 16 deputados.
É preciso tomar atenção no comportamento dos parlamentares mineiros nessa comissão. Se por nenhuma outra razão, pelo fato de Minas ter sido o estado mais ”garfado” por Bezerra.


Um símbolo

O Partido dos Trabalhadores fica temporariamente sem a participação ativa de um de seus símbolos em Minas. O Tribunal de Justiça condenou Chico Ferramenta, ex-prefeito de Ipatinga, a pagar multa de R$ 143 mil, além de ter os direitos políticos cassados por três anos. A acusação que pesou sobre ele foi ter mantido 1.140 funcionários ”temporários”.


Nepotismo

Além da preferência que deu ao seu estado para enfrentar as chuvas que ainda não haviam chegado, o ministro da Integração, Fernando Bezerra, ficou conhecido pela preferência que dá aos parentes para ocupar altos cargos. O irmão, Clementino Coelho, presidia a Companhia do Vale do São Francisco, de onde acaba de sair, numa tentativa de aliviar as pressões sobre o ministro. O tio, Oswaldo Coelho, foi recentemente empossado num cargo técnico-consultivo do programa de agricultura irrigada. O tio, pelo menos tem uma virtude, a sinceridade: “não estou fazendo nada aqui”, disse.


Bom assunto

Já se tem como certo que a campanha deste ano terá como um dos temas mais frequentes o problema das chuvas e suas consequências, que chegaram desastrosas. Os atuais prefeitos, candidatos à reeleição, certamente serão acusados de negligência por seus opositores. O remédio para quem quer ficar mais quatro anos é jogar a culpa sobre os governos estadual e federal, porque a eles sempre foram pedidas verbas para obras de contenção, e nisso rarissimamente atendidos.




Convalescente

Os peemedebistas esperam para hoje a volta à casa do presidente do diretório municipal, Adelmir Romualdo, que acaba de se submeter a uma cirurgia delicada, mas não tem previsão sobre a volta às atividades. Suas funções continuarão com o vice, Paulo Gutierrez.


Sessão solene

A Academia Mineira de Letras, em recesso até o dia 12, promove, dia 6 de fevereiro, uma sessão solene em memória do ex-presidente Itamar Franco, mas ainda não definido o orador. Possivelmente seja escolhido Francelino Pereira, que, como o homenageado, foi governador do estado.

(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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