quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O voto nulo pode fazer barulho, mas não resolve

O argumento é antigo, já se ouvia nos tempos do Marechal Hermes: é tanta bandalheira, tantas coisas prometidas e não realizadas, que a solução é anular o voto, como forma de protesto. Muitos dos que pensam assim, passada a raiva que substituiu a decepção, acabam votando, mas permanece um contingente considerável dos que anulam, o que tem produzido a média de 13% dos eleitores.
Esse voto jogado no lixo vai se revelando cada vez mais inútil, além de ser um benefício para os maus candidatos, porque é de se supor que o desejo de protestar é do eleitor consciente; um tipo de eleitor que não interessa aos bandidos. Inútil, porque, mesmo quando em grande volume, já não mais serve para colocar em risco a validade do pleito. Quando está em tela o voto para cargo legislativo, a anulação é ainda mais devastadora, porque as cadeiras de vereadores e deputados não podem ficar vazias: o eleitor qualificado não vota, e ajuda a abrir as portas para o candidato menos votado e de camadas menos cuidadosas com a qualidade.
Em 1965, o artigo 224 de uma lei complementar do Código Eleitoral estabeleceu que 50% mais um dos votos nulos resultariam também na anulação da eleição, conceito que acabou alterado pela Constituição de 88. Ficou então definido que está eleito o candidato que tiver 50% dos votos válidos, descartados os nulos e brancos. Melhor explicando: se todo o País anular o voto, menos um único eleitor, o candidato dele será eleito.
Veio a nova lei eleitoral, a 9.504/97, e com ela a confirmação do dispositivo constitucional. O nulo é mais inútil do que se pensa.

Candidato verde
O Partido Verde já trabalha para lançar candidaturas fortes a prefeito ou vice-prefeito, principalmente nas cidades mineiras com mais de 50 mil eleitores, inclusive Juiz de Fora, segundo o presidente da executiva estadual, Ronaldo Vasconcellos (foto), ao fazer o balanço das atividades da legenda em 2011, quando suas comissões provisórias alcançaram 592 municípios. “O início do ano sugere a necessidade de balanço para verificar o que ficou de bom e tudo o que podemos aprimorar para este período que começa. O ano de 2011 chegou ao final com um saldo positivo para o Partido Verde de Minas Gerais; afinal foram quase 13 mil novos filiados”, explicou Vasconcellos.
“Trabalhamos para organizar e preparar o partido com o objetivo de oferecer ao eleitor mineiro opções inteligentes, candidatos de qualidade e preocupados com a causa da sustentabilidade. O PV-MG também vai lançar candidatos qualificados a disputar as eleições para vereador em quase todas as cidades do estado”, acrescentou ele.
Atualmente o partido tem 245 vereadores, inclusive três em Belo Horizonte, 14 prefeitos, sete deputados estaduais e dois federais.


Deputado do PT tem
apoio de vereadores

O deputado Rogério Correia, que lidera a bancada de oposição na Assembleia Legislativa, encontrara-se numa fase em que sofre ataques em várias direções, além de ter ferido muitos interesses políticos com a divulgação da chamada Lista de Furnas, que teria liberado volumosas quantias em dinheiro para apoiar a campanha eleitoral de candidatos governistas. Rogério representa também os setores do PT que trabalham para o partido disputar em faixa própria a prefeitura de Belo Horizonte.
A bancada petista na Câmara de Juiz de Fora, composta de três vereadores, manifestou solidariedade ao deputado, no momento em que ele denuncia a existência de um esquema político que pretende chegar à cassação de seu mandato.


TRE cria site
para orientar

Já está aberta pelo Tribunal Superior Eleitoral e disponibilizada para os interessados a página eletrônica (www.tse.jus.br) link de acesso para que as entidades e empresas que trabalham com pesquisas possam registrá-las, mas também aberta a qualquer cidadão que queira se inteirar desses aspectos da campanha eleitoral.
Desde segunda-feira essas empresas e institutos estão proibidos de divulgar qualquer pesquisa sobre preferências de eleitores que não esteja devidamente registrada em cartório.

Uma ideia que
merece estudos

Em junho do ano passado, um grupo de vereadores pediu ao secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada, a criação, na estrutura da polícia de Juiz de Fora, de uma delegacia especializada na defesa dos idosos, vítimas crescentes de violência em casa e nas ruas. A proposta foi recebida com boa vontade, recentemente reafirmada durante comemorações da população anciã, mas a possibilidade de a sugestão ser atendida ficou na dependência de alguns detalhes, agora em fase final de estudos. É o caso da comparação dos resultados já obtidos por delegacias especializadas em Minas e em outros estados. Uma indagação que ainda se faz: valeu a pena a criação de uma delegacia só para cuidar da violência contra as mulheres? A situação delas melhorou, quando passaram a contar com o apoio de um setor especializado para defendê-las?


Jovens resistem à
filiação partidária

Dados conhecidos no final do ano não desmentem, mas confirmam antigas estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral, mostraram que a maioria dos mineiros filiados a partidos políticos tem idade entre 45 e 59 anos. E, no particular da faixa etária, a posição de homens e mulheres não difere. Seja qual for o gênero, não apenas mineiros, mas jovens brasileiros de todos os estados desconhecem as organizações políticas, principalmente quando estão distantes das eleições, mesmo sabendo que uma filiação jamais comprometeria as prioridades comuns à juventude.
Para quem se dedicar ao estudo desse quadro os dados são significativos, também porque refletem igual desinteresse pela política. Detalhe para acentuar as preocupações: os ausentes são os cidadãos que estão passando pelos momentos mais produtivos de sua vida: acima dos 40 e abaixo dos 60.


Memória

Há 50 anos, na primeira semana de janeiro, morria Jarbas de Lery Santos, que em sua época foi uma das figuras políticas de maior expressão em Juiz de Fora. Pode-se dizer que ele, ao lado de Clodemidt Riani e Hildebrando Bisaglia, ajudou a escrever a história do nosso trabalhismo. Nascido em Rio Novo, em 1896, dedicou-se, primeiramente, ao jornalismo, trabalhando no Diário Mercantil e escrevendo crônicas e noticiário para a Rádio Sociedade, o mesmo que mais tarde faria seu filho, Mário Helênio. Foi fundador e presidente da Associação de Imprensa de Minas Gerais. Jarbas ingressou no Partido Trabalhista Brasileiro e se elegeu deputado à Assembleia Constituinte de 1946. Deveu-se a ele a aprovação do projeto do restaurante popular do Saps, na Avenida dos Andradas. Nome de rua e de uma praça em São Mateus, ficou conhecido na imprensa pela capacidade de romantizar o dia a dia da população e criar lendas, a mais famosa das quais a “santa Palmira”, que até hoje muitos veneram, sem que ela tenha existido.
Na sua edição de hoje, o TER NOTÍCIA mostra foto em que Jarbas discursa na Praça da Estação, na campanha do “queremismo”, para a volta de Getúlio Vargas ao poder.

(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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