terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Partidos no novo ano olhando para 2014

Nenhum entre os partidos chamados viáveis começa a trabalhar neste ano sem que tenha, como objetivo maior, a partir da conquista das principais prefeituras, construir uma estrutura de poder eleitoral para 2014, quando se elegerão governadores e o presidente da República. Partindo do princípio de que os grandes municípios darão sustentação ao projeto presidencial, eles se convenceram de que as urnas que vão chegar em outubro próximo é que definirão o fôlego para a sucessão de Dilma.
Em Minas, talvez mais que em qualquer outro estado, esse projeto é evidente, se se tomar por base o PSDB, que lidera um grupo de partidos (o PPS é um deles) que sonham com a candidatura de Aécio Neves à presidência. O candidato a governador para substituir Anastasia, definitiva ou eventualmente terá perfil identificado com os planos de Aécio. Uma identificação que se poderia encontrar, por exemplo, em Alberto Pinto Coelho ou Marcus Pestana. O problema é que tudo isso ainda depende de um acerto com os tucanos de São Paulo, que têm os mesmos planos, só que direcionados para José Serra.
Mais ainda que o PSDB, o PT joga a longo prazo. O que vai investir agora tem um ponto de referência que não para ser definido agora: Dilma ou Lula em 2014. Por ora, não tem como se preocupar com a direção de seu projeto. A um dos dois que atingir estará tudo certo.
Outro partido começando o novo ano olhando para 2014 é o DEM, que ainda não conseguiu escapar do ranço do PFL, mas encara o senador Demóstenes Torres e vê nele o perfil de um candidato que pode ter bom desempenho no conflito entre os grandes. Mas os demistas precisam de mais dois anos para saber até que ponto podem avançar suas aspirações.
Atento ao que está por vir, o PMDB deve continuar preferindo sacrificar ambições maiores em nome de um bom acordo. Vai preferir garantir a vaga de vice de Dilma ou Lula, tendo Temer como seu condestável.


A verdade é
necessária

Ainda esbarrando em resistências de setores direitistas, a Comissão da Verdade, criada para apurar crimes durante a ditadura, principalmente tortura, tem amplo poder para promover investigações, sem preocupação de revanchismo. Mas é preciso apurar, porque, como bem disse o jurista José Gregori, ministro da Justiça no governo Fernando Henrique, é preciso mostrar os fatos para que eles não se repitam.
Um dos pontos referenciais para os trabalhos da comissão, já oficialmente instalada pela presidente, são as chamadas Auditorias de Guerra, que julgavam os acusados de terrorismo e proselitismo. A uma delas, que nos anos 60 funcionou em Juiz de Fora, foram encaminhados cerca de 800 processos, depois levados para Belo Horizonte, quando ocorreu a transferência do comando da Quarta Região Militar. (vale dizer, todas as sentença condenatórias reformadas em instância superior). A cidade não tem mais processos guardados.



Importante
é o prefeito


“A cidade é o cenário que emoldura o cotidiano das pessoas; a qualidade de vida é dada, em última análise, pelo ambiente vivido em cada município. Nas experiências locais de poder é possível um acompanhamento muito mais próximo dos cidadãos”, afirmou o deputado Marcus Pestana, presidente estadual do PSDB, a propósito da eleição do prefeito em outubro. Daí, segundo ele, “eleger um bom prefeito faz toda a diferença”, porque nenhum outro nível de poder consegue integrar com tal intensidade políticas de geração de emprego e justiça social.
Outro fator que o leva a colocar as eleições municipais a esse nível de importância é que ”elas são menos contaminadas pelas polêmicas ideológicas e pelo jogo partidário nacional”.


78 mil mineiros
na biometria

A partir de hoje e até o dia 29 de fevereiro, 78.419 eleitores mineiros terão sido recadastrados
pelo sistema de biometria, segundo roteiro traçado pelo Tribunal Regional Eleitoral. Nesse período, o trabalho já terá sido realizado em 17 municípios, que fazem parte de um mapa que leva em consideração fatores diversos, sendo que em alguns deles ocorreram suspeitas de fraude. Da Zona da Mata estão relacionados os municípios de Coimbra e Estrela Dalva, respectivamente com 6.104 e 2.342 eleitores.
Todos os colégios que vão eleger seus prefeitos pelo sistema biométrico ( a identificação do cidadão se faz pela impressão deixada pelo dedo polegar) têm menos de 10 mil eleitores, exceção apenas de Itaguara, om 10.021.


PMDB define calendário
para proposta eleitoral

O PMDB decidiu criar grupos de trabalho para elaborar propostas administrativas e apresentá-las ao eleitorado, como ficou definido na reunião que os dirigentes realizaram na noite de segunda-feira com membros do diretório, vereadores e pré-candidatos à Câmara. É importante definir logo uma pauta de trabalho”, segundo o deputado Bruno Siqueira, que já foi convidado pela direção nacional do partido a disputar a prefeitura. Disse ele a seus correligionários que “nosso primeiro compromisso é melhorar Juiz de Fora, por isso começamos logo no primeiro dia útil do ano reunindo os membros do diretório”.
De acordo com o vice-presidente, Paulo Gutierrez, que dirigiu a reunião, os grupos de trabalho terão 90 dias para apresentar o plano.
Um ponto central dessa proposta “é renovar a maneira de administrar a cidade. Juiz de Fora está doente, por isso precisamos fazer um diagnóstico para melhorá-la”, explicou o vereador José Figueirôa, para quem o plano estratégico pretendido vai atingir todas as áreas prioritárias, como saúde, educação, transporte, assistência social e emprego. Outro vereador presente, Júlio Gasparette, acrescenta que vão ser pedidas sugestões a várias instituições para a elaboração desse plano de governo.

Ressalva vale
para prefeitos

Entre as principais instruções eleitorais para este começo de ano, está a proibição de distribuição de bens, valores ou benefícios gratuitos pela Administração Pública. Mas, ontem, o Tribunal Regional Eleitoral esclareceu que estão ”ressalvados os casos de calamidade, de emergência ou de programas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior”. A ressalva foi publicada depois de conhecida a situação de emergência ou calamidade em que ficaram 25 municípios, com os temporais dos últimos dias. Na Zona da Mata, estão nesse caso Dona Eusébia, Visconde do Rio Branco e Guidoval.
Mas, ainda assim, é preciso ressaltar que liberalidade não se aplica aos programas sociais de entidade vinculada ou mantida por qualquer candidato às eleições, “que ficam de todo proibidos, ainda que autorizados em lei ou em execução orçamentária no exercício anterior”, informou o Tribunal.

(( publicado também na edição desta quarta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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