domingo, 9 de dezembro de 2012

Os faltosos

Terminado o prazo para que se justificassem os que deixaram de votar no primeiro turno, em outubro, confirma-se que representam um poderoso contingente de 22,7 milhões de eleitores. Vejamos o que a Justiça pretende fazer com eles, ameaçados de não poderem viajar ao Exterior, não participar de concursos oficiais nem assinar contratos com instituições públicas. Geralmente o castigo que recebem é multa equivalente a uma latinha de cerveja.
Suposição
O fato de o professor José Alberto Pinho Neves ter se desligado da Pró-Reitoria de Cultura da UFJF foi suficiente para intensificar a expectativa de que pode ser o novo superintendente da Fundação Alfredo Ferreira Lage, órgão encarregado de traçar e executar a política de arte e cultura da cidade. Ele nega. Mas não é estranho ao cargo, pois já esteve ali na última gestão do prefeito Tarcísio Delgado.
Sem mandato
O Supremo Tribunal Federal decide hoje se, como deseja o ministro Joaquim Barbosa, os deputados condenados no mensalão, João Paulo Cunha, Pedro Henry e Waldemar Costa Neto, devem perder o mandato, contrariando o generoso Lewandowisk, para quem tal decisão deve caber à Câmara. Se depender dela, os três corruptos vão assumir, graças ao conhecido espírito corporativista. De sobra, Joaquim ainda pode acertar o calcanhar de José Genoíno, que espera assumir em janeiro.
Mão pesada
O deputado André Vargas, da base do governo, anda preocupado. Acha que o Supremo Tribunal Federal foi muito rigoroso na aplicação de penas aos principais integrantes da quadrilha do mensalão. Antes, o deputado devia pesquisar o que a China, a Rússia e os Estados Unidos fariam (na verdade, já teriam feito há muito tempo) com José Dirceu, Delúbio, Genoíno e gente que tais.
Queremos ver
Circula hoje a informação de que o HPS, de sinistra referência, está recebendo aprovação em 85% dos itens expostos por uma empresa de consultoria. É absolutamente fantástico, porque a cidade está cansada de ouvir queixas de maus serviços ali prestados, muitas vezes chegando a ferir a dignidade dos pacientes. A premiação teria se justificado com base no ambiente, senso de utilização, limpeza e outras ficções. A curiosidade agora é saber quem a prefeitura vai escalar para receber esse prêmio, que tem o nome de “Quality”. Quem passará à história encarando essa missão em fim de governo?
Caminho livre
O jovem estudante Dimas Fagundes Reis, interessadíssimo em política e uma das boas promessas desta cidade, faz pesquisa em torno dos novos eleitos. Veio colher opinião da coluna sobre os desafios de Bruno junto aos novos vereadores. Respondemos: “O prefeito eleito tem garantia de maioria confortável na Câmara, considerando-se os que já se manifestaram por ele. E os que certamente vão apoiá-lo, mas querem conversar. Não se vê possibilidade de o prefeito ter dificuldades. Aliás, não se tem notícia de prefeito que tenha assumido com oposição majoritária”.
Pode piorar
Fora do País, para cumprir roteiro na França e Rússia, a presidente Dilma é substituída pelo vice Michel Temer, mas logo terá de ir a Portugal, deixando o cargo para Marcos Maia, presidente da Câmara. Mas eis que também ele terá de se ausentar. Com todos viajando, a interinidade acaba nas mãos de José Sarney, que preside o Senado. Há um velho ditado irlandês que diz: Nada é tão ruim que não possa piorar.
Inutilidade
Já se foi o tempo em que, ao visitar outros países, o presidente da República tinha de ser substituído. As viagens eram demoradas e os meios de comunicação precários. Hoje, com aviões ligeiros, internet, celulares e todos os recursos telefônicos capazes de transmitir e imprimir mensagens, o presidente tem condições de governar o País, de onde quer que esteja neste planeta. O vice, portanto, devia apenas suceder, não substituir. Resta a esquisitice de termos dois presidentes ao mesmo tempo: Dilma e Temer assinando concomitantemente os atos oficiais.
Chuvas
A temporada de chuvas, que nunca deixou de ser problemática na cidade, já fez a primeira vítima em sua volta sinistra. Quase invariavelmente a vida cobrada pelas águas é de pessoas que nada fizeram para ofender a natureza. Faz lembrar o que, certo dia, escreveu Mauro Santayana: - “A natureza, mesmo sendo coisa de Deus, é injusta, pois pune o inocente para se vingar de quem a ofendeu”.
((publicado também na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS))

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