quarta-feira, 19 de junho de 2013

Voz das ruas

A presidente Dilma, num pronunciamento que cuidou de insistir no desejo do governo de “ouvir a voz das ruas”, depois de uma vaia homérica que teve de enfrentar no Estádio Mané Garrincha e das manifestações que varrem o País, deve ter sido orientada no sentido de fazer abordagens superficiais. Não entrou fundo na solução dos problemas que estão arrastando multidões às ruas; mas não deixou de falar dos grandes desafios. Talvez devesse se ater apenas à questão das tarifas dos ônibus urbanos, para tentar limitar a origem das insatisfações. Acabou confessando uma extensa pauta de dificuldades que o governo não tem conseguido superar.
Voz do mundo
Um detalhe que cabe análise cuidadosa é que o prestígio do Brasil no Exterior anda de mal a pior. Manifestações que deviam se restringir às grandes cidades brasileiras estenderam-se a metrópoles do mundo, não por causa de tarifa de ônibus, mas graças a outras insatisfações, como corrupção, desgoverno, incompetências, insegurança.
O ministro Patriota tem de fazer alguma coisa, se é que pode, para contestar a onda de denúncias e protestos. Principalmente contra a campanha que quer mostrar a incapacidade de o governo garantir estrangeiros que planejam vir para a Copa.
Vala comum
Vista logo como inconsistente a tentativa do governo de atribuir à oposição a paternidade das manifestações que lhe são hostis, também cabe aos partidos avaliar que as massas já não mais lhes dão atenções. As marchas, sendo apartidárias, atiram contra o PT, PSDB, PMDB, DEM e tantos outros que governam. Precisam reconhecer que o País os condenou a um papel marginal.
De carona
Com a campanha eleitoral se avizinhando, parece claro que os candidatos ganharam um tema para discursar: a insurreição popular. Mas vai se exigir que comecem por confessar a inércia de seus próprios partidos.
Fala Touraine
Na avaliação do sociólogo francês Alain Touraine, especialista em América Latina, “a situação econômica e social no Brasil vinha sendo descrita de maneira exageradamente cor-de-rosa". E explica que os protestos aproximaram a imagem que se tinha do Brasil da realidade: "Construiu-se uma imagem em que tudo vai bem e que o País se dirige rapidamente em direção ao crescimento e ao bem-estar", disse ele, feliz ao ver que o que acontece atualmente corresponde melhor à realidade do que as imagens que vinham sendo transmitidas.
Cenário afável
Praticamente vencido seu primeiro semestre, o prefeito Bruno, se comparado a seus antecessores no que concerne à oposição de vereadores, é o que mais desfruta de tranquilidade. Dos 19 vereadores, apenas três – dois do PT e um do PSB – têm feito cobranças.
Festa mantida
A crise nacional não removeu o PSDB do projeto de comemorar com festa o 25º aniversário de sua fundação, mesmo com o governo tucano de São Paulo sob fogo cruzado de vários segmentos da sociedade. Aécio Neves, presidente nacional do partido, recebeu Fernando Henrique em Brasília, inaugurou exposição da trajetória do tucanato e garantiu que o PSDB descobriu um novo Brasil de prosperidade.
Em campanha
Políticos de influência do PT esperam que se acalmem os ânimos das ruas para trazer a Juiz de Fora a proposta de eleição de Patrus Ananais à presidência estadual do partido.
Cobranças
Entre as esquisitices brasileiras que têm explicações cobradas no Exterior figura o fato de nosso salário mínimo estar em R$ 678,00 e o auxílio reclusão, pago aos criminosos condenados, subir para R$ 971,78.
Torcedores
Por decisão do prefeito Bruno, os servidores municipais foram liberados hoje, a partir de 15h, parta poderem assistir, pela televisão, ao jogo da seleção brasileira pela Copa das Confederações.
Nova tarefa
A discreta representação feminina no PSDB de Juiz de Fora tem parte na tarefa que acaba de ser proposta pela Secretaria Nacional da Mulher: até 2015 elas têm de tomar posse de 50% dos quadros tucanos no País. Hoje representam 38%.

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