segunda-feira, 26 de março de 2012

A pesquisa

Juiz de Fora está entre as cidades onde o desenvolvimento da campanha eleitoral será acompanhada pelo governo do estado com pesquisas científicas quinzenais, que se pretendem isentas de influências locais. A primeira deve ir a campo em fins de abril. Até lá, fica o temor de que elas são elaboradas de acordo com o gosto do freguês.
Um antigo colaborador do prefeito Custódio lembra que ele é um especialista na elaboração e interpretação de pesquisas. Aprendeu quando morou na Inglaterra.


Ao debate

Cobra-se com insistência das entidades e sindicatos uma efetiva participação no debate dos problemas de interesse da cidade, antecipando-se às eleições. Eles têm de atuar antes dos candidatos, porque estes e seus partidos interessam-se em adiar, tanto quanto possível, a abertura da campanha. Querem reduzir as despesas e evitar maiores desgastes. Para eles, só em agosto a campanha começa pra valer.


Meio termo

Sem afetar o discutível gosto pelas tatuagens no corpo, o projeto que impedia o ingresso de tatuados nas Forças Armadas, eliminando-os totalmente, tornou-se agora mais suave. Revisão da matéria estabelece que elas serão toleradas, desde que os desenhos não incitem à violência e discriminação, e não cubram parte do corpo, dificultando a identificação do militar, quando estiver em atividade.
Do jeito bem brasileiro, que, em se tratando de lei, prefere o mais ou menos.


Na telinha

Vejamos como a Justiça Eleitoral vai sair de uma complicada situação criada pelo projeto do deputado Arnaldo Versini, que quer horário gratuito de propaganda nas emissoras geradoras de televisão para candidatos a prefeito de municípios com mais de 20 mil eleitores. O projeto não explica como esses candidatos poderiam cobrir os altos custos da produção dos programas.
O que está sendo recomendado é que as geradoras seriam distribuídas segundo a expressão do colégio eleitoral. No caso de Juiz de Fora, a divulgação dos programas dos candidatos locais ficaria a cargo da Panorama. A TV Alterosa e a Educativa assumiriam, por exemplo, os candidatos de Santos Dumont e Ubá.


As alianças


As alianças partidárias compõem um elenco importante entre os itens do processo eleitoral. Elas já fazem parte de negociações, com antecedência, até porque, antes de se pensar no candidato a prefeito, regem os acertos para a composição das chapas da vereança.
Elas também permitem aos grandes partidos desovar pretensões de candidatos que não podem ser atendidos. Nesse ponto, as pequenas legendas exercem um papel importante para absorvê-los, embora muitas vezes eles não percebam a manobra.
Esses acordos, ainda que fiquem definidos desde agora, só serão sacramentados em junho, através das convenções.



Biometria

Há quem não acredite que seja possível, mas o TSE quer chegar a junho com 10 milhões de eleitores brasileiros identificados biometricamente, tornando para eles dispensável o título e, em consequência, criando-se mais um obstáculo para o crime. Essa segunda intenção se confirmou quando o Tribunal priorizou a modernização do sistema a partir de pequenos colégios eleitorais, que são os mais susceptíveis a fraude.



Um toque chinês

Não importa a cor do gato, desde que cace o rato. A frase é de Deng Xiaping, pai das mudanças capitalistas no corpo do socialismo da China, que o senador mineiro Clésio Andrade lembrou agora, em defesa de sua proposta de maiores aberturas para a iniciativa privada atuar nos negócios hoje centralizados no poder público. Terminada a prestigiada festa em torno de sua filiação ao PMDB, parece ser a campanha de privatizações, onde elas forem necessárias e possíveis, uma tônica da atuação que pretende no novo partido, onde sua chegada foi suficiente para que seja apontado como um nome para disputar a sucessão em Minas.
Ainda inspirado em Xiaoping, o senador vê como um desafio, não apenas mineiro, mas nacional, a convocação ao empreendedorismo, “ainda que em setores delimitados”.
Clésio quer estimular a presidente Dilma a ampliar os espaços para a iniciativa privada, e acha bom o fato de já se poder ver nela “semelhanças com o arquiteto do milagre chinês”, principalmente quando se trata de projetos no campo da infraestrutura.

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De Memória

Ampla maioria

Todo candidato a cargo eletivo sonha com a consagração das urnas, a conquista do maior número possível de votos, e na campanha para obtê-los joga todo o seu prestígio. Pois em eleição executiva um fenômeno se deu em 27 de março de 1922. Naquele dia, o juiz da comarca comunicava que na disputa pela presidência do estado os juiz-foranos haviam destinado 2.034 votos à chapa Raul Soares – Olegário Maciel, e apenas 199 votos à chapa Francisco Sales – Américo Lopes.
Foi, proporcionalmente, a maior votação já dada em Juiz de Fora a um candidato ao governo de Minas.


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(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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