quinta-feira, 19 de abril de 2012

Caminho das pedras

Levantamento que acaba de ser feito pela Associação Mineira dos Municípios revela que 70% dos prefeitos em primeiro mandato vão disputar a reeleição em outubro. O número surpreende, porque há cerca de quatro meses, quando se realizou pesquisa, a tendência de concorrer estava acima de 90%.
Se, por um lado, estanha-se esse desejo, sabendo-se que são pesados os encargos, pesa também a convicção dos prefeitos de que aprenderam muito com o primeiro mandato, e, portanto, haverão de se dar bem no segundo. Agora, eles conhecem o caminho das pedras.


Insegurança

A vida do contraventor Carlinhos Cachoeira está na dependência do que ele sabe sobre os políticos, muito menos pelos crimes que andou cometendo. Há quem diga, nas suas relações, que ele conhece situações constrangedoras de gente importante da República. Por isso, pode não ter sido uma boa ideia sua transferência para prisão em Brasília.


Alternativa

A cada momento é possível indicar um componente importante para se analisar o rumo da sucessão municipal. Uma delas é a capacidade de transferências de votos, o que pode acabar sendo decisivo. Por exemplo: não estando na disputa, possibilidade que negam com veemência, qual seria a opção preferencial para Júlio Delgado e Bruno Siqueira?


Os partidos

“ Sem partidos inseridos no cotidiano nacional, há pouco protagonismo social. Os partidos parecem fechados nos seus velhos esquemas de contrapeso, de chantagens, pressões, trancamento de pautas parlamentares e composições. Fecham-se em si mesmos, se alimentando desse sistema que se auto-promove. Assim, acabam por gerar um pêndulo que se bifurca entre as eleições e os jogos palacianos. Os jogos palacianos têm nos parlamentares seus protagonistas, quase sempre avalistas de ministros ou que chantageiam diariamente os governos” (Rudá Picci) .


Provisórios

Com a aproximação das convenções que indicarão os candidatos, confirma-se previsão feita em novembro do ano passado: 90% dos partidos que participarão da campanha eleitoral estarão na condição de comissão provisória, não diretórios como seria desejável. Mas não se trata de uma realidade local, porque a situação é a mesma no resto de Minas, o que não recomenda os dirigentes estaduais. Eles preferem deixar seus representantes na condição de provisórios, porque podem destituí-los facilmente no caso de desobediência.
Neste ano, em Juiz de Fora, apenas o PPS evoluiu para a categoria de diretório.


Investimento

A três novatos pré-candidatos a vereador um amigo comum, veterano observador da política municipal falava sobre as condições básicas e mínimas para quem pretende disputar: ter dinheiro, não menos de R$250 mil para gastar, disposição para subir os morros e muitos amigos para ajudar no dia da eleição, porque é em cima da hora que muitos ganham os votos indecisos.


Boa lição

Ex-presidente do Banco Central, o professor Armínio Fraga insiste em que o Brasil não vem trilhando o caminho mais adequado para enfrentar possíveis novas turbulências com a crise financeira europeia. Adverte que o governo pretende superar qualquer dificuldade e removê-la apenas com reservas monetárias, o que não é correto admitir, a despeito de Fraga já ter sido o principal consultor do doutor Soros, um mágico do dinheiro em espécie. Mas, com a experiência de quem já presidiu o BC, ele acredita que o escudo ideal para o Brasil está em maiores investimentos na educação, redução drástica nos gastos públicos e moralização dos instrumentos de poder.
Diga-se de passagem, nada mais que isso.


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De Memória

Para morrer

Em outubro de 1974, depois que o prefeito Saulo Moreira manifestou preocupação com o esgotamento das sepulturas no Cemitério Nossa Senhora Aparecida e dos outros cinco existentes no município, a Santa Casa anunciou que estava concluindo o Parque da Saudade, projeto do arquiteto Jean Kamil, que vinha com a promessa de resolver o problema nos vinte anos seguintes. Fazia parte do enunciado da exposição de motivos: “o repouso eterno é direito sem distinção para todas as classes sociais, por isso dez por cento dos espaços ficavam reservados para os indigentes” (sic)...

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(( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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