domingo, 8 de abril de 2012

Mensalão não escapa de maio

Os políticos envolvidos no volumoso processo do mensalão têm bons motivos para estarem preocupados. Dois deles: de várias capitais, principalmente do Rio de Janeiro, partem campanhas destinadas a pressionar o Supremo Tribunal Federal a não permitir que o julgamento sofra novos adiamentos; e também para preocupar, o fato de que a presidência da corte estará com o ministro Ayres Brito, que pretende colocar o processo em pauta o quanto antes. O ministro Ricardo Lewandowski conclui seu voto nos próximos dias, o que pode garantir o julgamento em maio.
O trabalho dos envolvidos, e entre eles principalmente o ex-ministro José Dirceu, é provocar adiamentos, até que se obtenha a prescrição próxima, pois os crimes foram cometidos em 2005. A Dirceu cabe outra preocupação, pouco lisonjeira para os membros do STF: ele acha que pode ser condenado, não pelos crimes que cometeu, mas para a Justiça dar uma satisfação às sociedade.



Na rotina
Não ocorrerão mudanças essenciais nos setores da administração municipal onde os titulares deixaram a chefia para, cumprindo a legislação eleitoral, poderem concorrer à vereança. Os substitutos, com pouco mais de cinco meses no cargo, não terão tempo suficiente para inovar, até porque, eleitos ou não, os recém-desincompatibilizados poderão voltar no dia seguinte à eleição.



Comunistas

Em fevereiro, quando se reuniu para traçar suas linhas no ano eleitoral de Juiz de Fora, o PCdoB decidiu que teria candidato a prefeito, o suplente de deputado Wadson Ribeiro, e chapa completa de candidatos a vereador, respeitada a cota feminina. Até o final deste mês o partido vai se reunir para decidir se as candidaturas estão confirmadas ou se surgiu uma tendência para as composições.



Um reforço

Não se sabe qual o conceito que, ao longo de três anos, o prefeito Custódio Mattos pôde formular sobre a bancada de vereadores que apoia sua administração, embora quase sempre tenha dado votos necessários para a aprovação de matérias importantes. Ainda assim, considerando-se o ano eleitoral e que o prefeito se lança num projeto de reeleição, os vereadores deviam se mostrar mais animados na defesa do prefeito.


Sem delongas

Partidos e candidatos não têm mais pretexto no calendário para adiar definições. Passaram as comemorações do Ano Novo, as festas do Carnaval e as celebrações da Semana Santa. Poderiam prometer tudo só para depois do aniversário da cidade, em 31 de maio?



Hora certa
O senador Aécio Neves começa sua campanha à presidência da República com, pelo menos, quatro anos de atraso. Quando ele se reelegeu governador de Minas, com Anastasia de vice, era para ter iniciado a caminhada pelo País, pregando seu ideário de pré-candidato à presidência. Estava garantido o comando em Minas com o vice Anastasia, que seria o chefe do Executivo de fato. Mas, por falta de convicção de que o momento seria aquele, e sim mais adiante, fez com que só agora assumisse seu projeto nacional. O político Aécio Neves, conforme conta a crônica política de BH, não gosta de entrar no jogo 'em bola dividida'. Gosta da certeza de vitória, caso contrário não entra em campo. Com isso, pode-se prever que o senador considera-se agora predestinado a ocupar a presidência da República, no pós-Dilma. O falecido ex-presidente Itamar Franco, em diversas vezes, disse em seus últimos palanques eleitorais que Aécio estava predestinado a ser presidente.


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De Memória

Machado e Belmiro
Estão entre as correspondências literárias menos conhecidas as cartas trocadas entre Machado de Assis e o nosso Belmiro Braga. Foram muitas. Algumas tratando das letras e escritores mineiros, mas particularmente sentimentais, como as de junho de 1906, quando Machado enviuvara: “Depois que perdi a minha boa companheira de trinta e cinco anos, a data de meu aniversário traz uma natural restrição”. E se queixava de ser ”um velho triste e desamparado, contando alguns poucos amigos, entre os quais figura o seu nome de moço de talento”.
Belmiro, escrevendo em 21 de junho, reconhecia que “os aniversários agora do meu grande amigo não podem ser tão felizes como aqueles passados juntos da companheira fiel – sinceramente chorada naquele soneto A Carolina, um dos melhores da língua portuguesa”.


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(( Publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

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