segunda-feira, 16 de abril de 2012

Obras custosas

Os governos, não é de hoje, enfrentam altos custos de obras públicas, muito mais caras do que podiam custar, por causa dos grandes interesses. E demoram na conclusão, até porque obra demorada é que dá mais lucro às empreiteiras. Há uma estrutura de poder tão influente e poderosa, que nem a honestidade pessoal do presidente ou dos ministros seria suficiente para conter a gulodice.
Há uma comparação entre duas pontes, uma no Brasil e outra na China, para mostrar como o contribuinte brasileiro é espoliado. Por exemplo: a deles, com 42 km, custou R$ 2,4 bi e demorou quatro anos para estar concluída. A nossa, em Guaíba, com extensão de 2,9 km, custou R$ 1,16 bi, e também quatro anos para terminar.



As primárias

Pena que a sociedade não tenha debatido o assunto e a classe política se manifeste pouco interessada, mas ainda nesta semana, talvez mesmo amanhã, o senador Álvaro Dias esteja submetendo ao Congresso Nacional um projeto de lei que, alterando o modelo eleitoral brasileiro, introduz o sistema da eleições primárias. É o que se adota nos Estados Unidos.
Com as primárias, o eleitorado se manifesta previamente, e as convenções não têm como contrariá-lo. Sua utilidade inicial e principal: poder conter a ditadura dos partidos.



Aliancistas

Já está suficientemente claro que se trabalha nas altas esferas para que PMDB e PT unam suas forças na sucessão municipal. As sucessivas reuniões de peemedebistas em Brasília, das quais tem participado o ex-prefeito Tarcísio Delgado, e as esperanças dos petistas, como se ouviu na festa de apresentação da candidatura de Margarida Salomão, mostram que o projeto de aliança está em curso. Se a história vai dar certo é outra história, mas o enredo está aí. Não há negá-lo.



Má vontade

Para que se vença a batalha pela reformulação das dívidas do estado com a União é preciso conhecer o problema em toda a sua intimidade. Um detalhe importante é saber que no período corrente de doze meses Minas paga 17,77% de juros, já sequestrados na fonte. Pois bem. O dinheiro desse juro o governo federal utiliza para amortizar suas próprias dívidas a um juro de 10,5%. Portanto, paga e ainda sobra.
Ganhando 7% ao ano sobre o que lhe devem os estados, o governo federal não tem pressa em acertar as coisas.



Cachoeira

Gente habituada a conviver com Carlinhos Cachoeira no alto mundo do jogo antecipa à coluna duas garantias: 1 - o contraventor, peça central no escândalo com o senador Demóstenes Torres, tem interesse direto no esquema de jogo em Juiz de Fora; 2 – em breve estarão interrompidas as investigações em torno dele, porque à medida em que elas aprofundam vão envolvendo mais políticos.



Indefinido

Quase meio ano desde a morte do vice-presidente José Alencar, o PRB ainda não sabe exatamente que rumo tomar. Morto seu principal encorajador, ao lado do “bispo” Macedo, poderia continuar sendo apenas um partido de evangélicos ou procuraria escapar do estigma? Dependendo dos êxitos que obtiver, tentará lançar candidatos a prefeito em algumas cidades. Falava-se em Montes Claros.


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De Memória


O “lacet”

Na manha do dia 24 de maio de 1975, o reitor da Universidade Federal, João Martins Ribeiro presidiu, na presença de várias autoridades, a inauguração do novo acesso ao campus, que ele apresentou como uma obra que tem “a elegância e a suavidade de um lacet”, vencendo desnível de 140 metros e funcionando como prolongamento da Avenida Independência. Como engenheiro que é, acrescentaria:
“Em linhas gerais, são duas tangentes concordadas por uma curva não plana que funciona como patamar de equilíbrio entre rampas, aliviando os motores dos veículos que sobem e neutralizando energia cinética dos que descem”.

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(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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