domingo, 15 de abril de 2012

O revide alemão

Seja qual for a sua permanência no poder, a presidente Dilma não teria condições de voltar à Alemanha, e nem a chefe de governo daquele país não tem como vir aqui. Angela Merkel foi dura com Dilma, por causa de opiniões inoportunas da brasileira.
A imprensa explora e a internet manda para todo o mundo esta declaração de Angela, que deixa constrangimentos nas relações:

- Essa senhora vem à Alemanha nos dizer o que temos que fazer?  Ora,  a Alemanha vai bem, obrigado, apesar de tudo.  Mas eu vou aproveitar para dar um conselho a ela...  antes de vir aqui reclamar das nossas políticas econômicas, por que ela não diminui os gastos do governo dela e diminui os juros que são exorbitantes no Brasil?  Se eu posso emprestar dinheiro a juros baixos e o meu povo pode ganhar juros absurdos lá no País dela, não vou ser eu que direi ao meu povo que não faça isso.
Ela que torne a especulação no País dela menos atraente.

Apostas

Informa-se a quem interessar possa que na antiga Esquina dos Aflitos já é possível acertar alguma aposta sobre as eleições, certamente baseadas em palpites, até porque nem são conhecidas as candidaturas. É possível, por exemplo, arriscar alguns reais na média da renovação da Câmara. Há quem a projete acima dos 50% e põe algum dinheiro nisso.

Ideias

Com o patrocínio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, no fim de semana empresários da cidade participaram de um almoço com o deputado Bruno Siqueira, que ouviram seu depoimento sobre problemas e desafios da cidade e o papel de Juiz de Fora no contexto regional.

Blocão

De volta à Assembleia Legislativa, depois de ter ocupado a Secretaria de Defesa Social, o deputado Lafayette Andrada não pode dizer que tem os costados folgados. Além de líder do PSDB, ele lidera, a convite do governador Anastasia, o chamado Bloco Transparência e Resultado. Esse bloco traz uma grande complexidade, pois é composto, além do PSDB, pelo PSD, PTB, PPS, PR, PRP, PRTB e PT do B. Em ano eleitoral as exigências serão muitas e quase sempre os partidos da base puxam com objetivos e direções diferentes. Não há negá-lo.

Entrosamento

Ninguém tem direito de ignorar que facções trabalham no PSB e no PMDB para que os diretórios municipais abandonem o projeto da candidatura própria e transfiram seu apoio ao PT na disputa da sucessão municipal. Ideia bem vista pelo comando nacional desses partidos, porque o que interessa é a coesão da base de apoio. Seja como for, o deputado Júlio Delgado, apontado como candidato do PSB, afirma que qualquer conversa tem que partir das conveniências locais. É no município que as coisas devem ser decididas.

Culpados

As explicações dos deputados sobre falta de quórum crucificaram a Semana Santa como grande culpada. Mas isso não é exatamente verdadeiro. No ano passado, a semana do Sete de Setembro teve apenas um feriado para estrangulá-la e, em 40 dias antes e após, a Assembleia mineira tratou de 17 processos. Apenas um aprovado.



Segurar o ministro

Vai ser retomada em Brasília a campanha recentemente fracassada de colocar ativos os deputados mineiros em defesa do ministro Fernando Pimentel, que ainda não saiu da tempestade de denúncias. Ele resiste, mas vai chegando o momento em que o apoio político será sua única defesa.
Não fosse o conteúdo partidário do caso, o apoio seria mais fácil. Há um detalhe a mais para dificultar a solidariedade parlamentar ao ministro: escapando agora, ele virá fortalecido para disputar o governo de Minas.


Definições

De uma coisa os tucanos mineiros estão certos: o governador Antônio Anastasia será mesmo candidato a senador em 2014. Havia dúvidas quanto à sua disposição pessoal para essa campanha, mas ele acabou concordando.
No Partido dos Trabalhadores haverá dúvidas durante algum tempo, porque o nome para o Senado vai depender, na época, de como estiver o ministro Fernando Pimentel. No PMDB, quando chegar a hora, vai se falar em Clésio Andrade, Hélio Costa e Newton Cardoso.


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De Memória

A cidade na crise

Um fato politicamente banal, a nomeação de um professor, teve Juiz de Fora como referência para azedar as relações de Getúlio Vargas com o interventor em Minas, Benedito Valadares, e a partir daí outras dificuldades políticas. No seu diário, Getúlio registrou, em 4 de junho de 1937:
“O governador de Minas ameaça uma nova crise porque eu nomeei, sem consultá-lo, um inspetor de ensino para um colégio de Juiz de Fora. Sem dirigir-se a mim, esbravejou, fez ameaças, intimou o ministro da Educação a pedir demissão e obrigou o presidente da Câmara a viajar para Belo Horizonte. Aguardo os resultados de uma nova crise de histerismo. O homem a quem dei o governo do maior estado do Brasil não me permite nomear, sem sua audiência, um simples inspetor de ensino. E esse inspetor chama-se Lindolfo Gomes, um velho mineiro, um professor cultíssimo e paupérrimo”.

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(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

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