segunda-feira, 2 de abril de 2012

Recesso

Faz parte da tradição do Congresso e das Assembleias: na Semana Santa os parlamentares praticam a sua maneira de jejuar, não por obra da espiritualidade, mas por conveniência pessoal. Brasília, per exemplo, fica despovoada de deputados e senadores.
Na segunda-feira, as Mesas retomam os esforços para garantir quórum no encaminhamento de matérias importantes.


Depende

Passada a Semana Santa, o PMDB mineiro deverá confirmar, mais uma vez, que nos grandes colégios eleitorais do estado a orientação é que sejam lançados candidatos próprios às prefeituras. Trata-se de questão fechada, mas depende, porque juntamente com a recomendação vem a ressalva: ainda que sejam os principais municípios, não haverá candidato próprio se o diretório municipal não o desejar.


Passo à frente

O deputado Sebastião Costa, que no domingo veio a Juiz de Fora assistir à inauguração da nova sede do PPS, lançou a candidatura a deputado do atual secretário de Saúde, Antônio Jorge Marques. E, logo em seguida, uma previsão: ele será prefeito, depois de ter sido deputado.


Proporcional

À medida em que a experiência vai reclamando o fim do voto proporcional, vale lembrar o que diz o ex-ministro Saulo Ramos sobre esse absurdo: trata-se de um fator crescente de inautenticidade da representação parlamentar. Sua abolição vem sendo reclamada pelos mais lúcidos estudiosos das questões institucionais.


Protesto

O ex-prefeito Tarcísio Delgado protestou ao ler em um jornal o nome de sua filha, Érica, citada como possível candidata a vice-prefeito. Saiu em seu blog:
“Que me desculpem os especuladores políticos sobre as eleições, mas entendo que o respeito à privacidade deve ser mantido. Érica (...) não tem militância política a não ser nas campanhas eleitorais para apoiar seu pai e seu irmão. De repente, não mais que de repente, aparece no jornal, inclusive com foto, como candidata, coisa de que jamais cogitou.”

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Em meio a tantos desafios que tem enfrentado nas relações com os políticos, talvez fosse bom que a presidente aproveitasse o fim da Semana Santa, saísse desse calvário e celebrasse a passagem com alguém que tenha argúcia política para ajudá-la. Foi numa época assim que o Cardeal Richelieu encontrou o capuchinho François Leclerc.


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Novo adiamento

Alguns dos partidos mais influentes da base do governo no Congresso estão dispostos a transferir para a segunda quinzena de outubro a votação dos primeiros itens da reforma política. Pretendiam alguns que as matérias já no final do ano passado estivessem em plenário, mas optou-se pelo adiamento, a fim de que as mudanças não tivessem valor para as eleições de 2012. É a lei da anterioridade, segundo a qual a ordem eleitoral não pode ser alterada se não com um ano de antecedência. Na verdade, mais um expediente protelatório para uma reforma cheia de obstáculos.
Entre os itens prometidos para outubro estão o fundo de recursos para o financiamento das campanhas eleitorais e o fim das coligações em eleições proporcionais.



Pacificador

O senador Clésio Andrade chegou ao PMDB, no mês passado, com disposição de atuar no centro das grandes questões. Depois de pregar a necessidade de se estimular o empreendedorismo, convocando o partido a abraçar a causa, ele entra no projeto de reunificação das correntes peemedebistas de Minas, que acentuaram seu processo de desagregação com a eleição de 2010, quando Hélio Costa disputou o governo estadual.
Na condução dos entendimentos o senador tem proposto a reeleição do deputado Antônio Andrade para a executiva estadual, e nisso não tem encontrado maiores resistências.

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De Memória


Racismo

Depois de ter sido cobrada intensamente, o que incluía críticas na imprensa das capitais, a Universidade Federal de Juiz de Fora concluiu, em agosto de 1997, dois meses de sindicância, para saber quem, no campus, havia utilizado a internet para produzir uma violenta campanha racista e de discriminação contra negros e homossexuais, na qual as pessoas eram convidadas a “dar umas porradas em negros e gays”. Criada pelo reitor Renê Gonçalves, a comissão concluiu pela responsabilidade de um aluno do curso de Administração, de 22 anos, já conhecido no campus por discussões radicais.

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(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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