domingo, 22 de abril de 2012

Comunistas pioneiros

Quando a organização dos movimentos comunistas dava os primeiros passos, com a realização de um congresso no Rio, entre 25 e 27 de março de 1922 – noventa anos se passaram - os pregadores do marxismo já estavam agindo em Juiz de Fora; e se tiveram pouca atuação naquele encontro deveu-se a um imprevisto: chegaram atrasados. Mas nas atas há citações sobre a atuação dos camaradas da cidade. Até 1920 quem falava aqui sobre marxismo era José Honorato, que neste mês estaria com 100 anos. Foi entre 43 e 45 que os velhos comunistas acentuaram sua importância, sobretudo na resistência ao Estado Novo, quando então surgem um mártir e a grande revolta: a polícia assassinou o alfaiate Luiz Zúdio, em São Mateus, na noite em que ele pichava muros contra a ditadura. Também nessa época começava a se projetar o primeiro vereador comunista, Lindolfo Hill, sem dúvida a maior expressão do PC na cidade. Na década de 50 ele chegou a participar do Comitê Central, e foi quando a bancada de vereadores do PC ( Hill e Irineu Guimarães) deixou sua marca na Câmara: os dois fizeram aprovar lei proibindo a prefeitura de usar meninos infratores no serviço de capina de ruas, o que era feito para castigar, não instruir. De tal forma se expandiam os planos do partido, que a direção nacional destacou Dimarco Reis para, a partir de Juiz de Fora, coordenar as ações em todo o estado. Realmente, era grande a atividade do Comitê Municipal em 45-46, agitando nas fábricas e promovendo comícios grevistas. Era nas portas da Bernardo Mascarenhas que se concentravam com mais frequência. Em 1945 o partido estava consolidado em Juiz de Fora. Ano em que o legendário Luiz Carlos Prestes, hóspede do professor Irineu Guimarães, veio para participar, na Praça da Estação, do maior comício de todos os tempos na cidade. Aliás, deveu-se a um comício comemorativo do aniversário de Prestes, em 3 de janeiro de 1951, na mesma praça, que os comunistas enfrentariam a maior violência da polícia, e para isso certamente contribuíram os desafios da militante Dona Filhinha, que ninguém superava em coragem. A repressão começou a exigir códigos e nomes de guerra, como “Ramos” da Alfaiataria Vicente Rosa. Passada a era do romantismo, permaneceram muitos idealistas, como o barbeiro Mílton Fernandes, Wilson Raimundo e Sílvio Rodegheri. Já não se concentravam apenas nos trabalhadores, mas chegaram aos intelectuais, como José Paulo, teórico que ganhou expressão nacional. A fase antiga do Partidão, se é que assim possa ser chamada, vai se fechar com a eleição de prefeito em 1962, quando apoiou e perdeu com Raimundo Nonato.
Na mira da Justiça
Candidato que tiver contas a ajustar com a Justiça em Minas vai se dar mal e sobre eles a principal preocupação é impedir que sejam candidatos, e nesse caso não está apenas quem praticou crime no exercício de mandato, ocupando cargo público, mas também quando na direção de conselhos regionais de classe. O procurador geral em Minas do Ministério Público Federal, Adaílton Nascimento, afirma que a disposição é agir com rigor, e considera que a Lei da Ficha Limpa é instrumento importante e suficiente para conter o avanço dos maus candidatos. No fim de semana, em entrevista ao jornal “Hoje em Dia”, o procurador considerou que o Ministério Público está bem aparelhado para agir, o que deve ocorrer logo após as convenções partidárias anunciarem, na segunda quinzena de junho a lista de seus candidatos. Durante os trabalhos convencionais os partidos não deverão impedir o registro de suspeitos, permitindo que eles disputem na condição de sub judice. Em Juiz de Fora, é o que deve ocorrer em relação ao ex-prefeito alberto bejani.
A Light em Harvard
Os professores Kash Rangan e Aldo Musacchio, da Harvard Business School, ouviram palestra do presidente da Light, Jerson Kelman e propuseram que o business case “Light nas Unidades de Polícia Pacificadora” seja transformado num dos casos analisados em detalhe por aquela escola, que no setor de negócios é a mais famosa do mundo. Os professores deverão visitar o Rio para conhecer a experiência in loco. A companhia vem tendo uma participação destacada nas UPPs, apontadas como um dos mais importantes projetos sociais que o País já realizou. Para Kelman, o interesse revelado em Harvard, onde fez duas palestras, é importante para a companhia sob todos os aspectos. A propósito: há setores da política social em Minas interessados em importar a experiência do Rio, mesmo que os problemas daqui sejam bem menores.
Sob suspeita
A CPI que pretende apurar as façanhas de Carlinhos Cachoeira mergulha em fundadas suspeitas. Antes mesmo de ser instalada, quando se sabe que dos 32 deputados chamados a integrá-la 17 têm problemas diversos com a Justiça.
Caso concreto
Em Belo Horizonte, o deputado Sargento Rodrigues começa uma semana complicada, sob pressões contra a CPI do Bicho, que ele criou. Oito deputados que apoiavam a constituição da comissão retiraram a assinatura. Mas, tão logo sejam instalados os trabalhos, os deputados vão saber que o primeiro caso concreto e confirmado de propina está em Juiz de Fora. É possível que, diante da evidência, a CPI se desloque para cá, por algumas horas. O segredo de um bom discurso político é ter um bom começo e um bom final. E que sejam o mais próximo possível ( George Burns ~ 1896 – 1996 ) ___
(( Publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS))

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