segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Voto comprado

Passado o calor da eleição em primeiro turno, colhidos depoimentos de quem acompanhou a disputa nos bairros, o que se fica sabendo é que, apesar das campanhas e dos esforços da Justiça Eleitoral, a compra e a venda de votos representaram um intenso e vergonhoso comércio. Principalmente na Zona Norte, onde houve candidato pagando R$ 20,00 o voto e cabo eleitoral valendo R$ 1.000,00 na manhã do domingo de votação. Como cada eleição é uma lição, fica demonstrado que a fiscalização e o policiamento não podem estar concentrados apenas no centro da cidade, porque é nos bairros que o crime eleitoral prospera.
Em plantão
Para prestar esclarecimentos e remover dúvidas em relação ao segundo turno, os cartórios eleitorais trabalham em regime de plantão até o dia 28. no período de 13h às 19h. O TRE determinou que assim seja em Contagem, Uberaba, Montes Claros e Juiz de Fora, onde a escolha dos novos prefeitos não se decidiu no dia 7. Sobre dúvidas, o que se nota é que a principal delas é se o eleitor que não votou no primeiro turno fica impedido de votar no segundo. Não há impedimento.
92 anos
Dos antigos tempos do sindicalismo mobilizado e atuante, e nisso já vai meio século, restam poucos protagonistas. Um deles, o mais importante, é Clodesmidt Riani, que acaba de chegar aos 92 anos, alguns como condenado e preso pela ditadura. No sábado, em seu sítio, os filhos organizaram uma festa para comemorar. Os primórdios da família Riani se ligam a Pequeri, cidade da Zona da Mata que conserva na alma os sinais da colonização italiana. Por isso, Riani recebeu homenagem especial do prefeito Raul Salles.
Força na base
Restando conhecer os números do segundo turno, disputado em 50 municípios, o PMDB já está celebrando sua consolidação como partido que detém maior número de prefeituras. Foi majoritário em 1.018 municípios, enquanto o PSDB ganhou em 697 e o PT em 627. É um argumento para levar à mesa da base de apoio ao governo. Mas não o maior argumento, porque pesa mais uma insinuação de que eventual composição com o segundo entre os mais votados, o PSDB, pode torná-lo imbatível.
Exemplo
Sobre a repercussão internacional do julgamento do mensalão, citada por Clóvis Rossi, na “Folha de S.Paulo”: “Ao contrário de debochar, a mídia internacional de qualidade louva o Judiciário brasileiro. Do "Financial Times", por exemplo: "A condenação de Dirceu é um grande passo para o Brasil, onde as cortes têm sido tradicionalmente tímidas em punir corrupção".
Safra única
Muito comentada na imprensa e entre políticos a eleição do deputado Tiririca entre os mais operosos da Câmara. A eficiência do ex-palhaço vem sendo explicada pela excelente assessoria que o cerca e a dedicação que ele revela nas comissões técnicas. Mas, a continuar eficiente e sério, Tiririca poderá amargar a derrota, se tentar a reeleição, porque os votos que recebeu em São Paulo (1,3 milhão, o mais votado do Brasil) - queriam-no para debochar e humilhar o Congresso. Não para fazer um bom trabalho. Portanto, está na medida para ser rejeitado.
Para limpeza
Aos candidatos e partidos, a Justiça Eleitoral dá prazo até 6 de novembro para a retirada dos restos de propaganda que deixaram nas ruas. O bom senso sugere que lhes seja cobrada, igualmente, a limpeza dos postes, bastante sacrificados. Não há exigência em relação aos proprietários de imóveis que cederam espaços para candidatos de sua simpatia. Bastaria lembrar que em construção inacabada da Rua Mariano Procópio resiste ao tempo, desde 1993, um cartazete do então deputado Sebastião Helvécio. (( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS ))

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