quinta-feira, 23 de maio de 2013

Insubordinação

Nada nesta semana é mais sensível para a política do que o impasse que se criou no relacionamento entre o Palácio do Planalto e o PMDB, graças a dois fatos relevantes: o posicionamento conflituoso que a bancada adotou na votação da Medida Provisória dos Portos e, depois, para surpresa geral, a aprovação, na Câmara, do requerimento do deputado Leonardo Quintão, do PMDB de Minas, pedindo a criação de CPI destinada a investigar a sucessão de fracassos da Petrobras.
Como esses episódios são considerados graves, o governo decidiu que os peemedebistas estão praticando insubordinação e, portanto, passam a ser tratados como oposicionistas. Promessa de jogo duro. Olho por olho.
O assunto tanto é sério, que ontem dona Dilma se reuniu com Lula, seu líder, durante três horas, para estudar soluções.
Interdependência
Contudo, o conflito tem tudo para ser solucionado, como resultado de uma realidade incontestável: tanto o PMDB precisa do governo, como o governo precisa do PMDB. Sem o partido, fragiliza-se perigosamente a base parlamentar, e a presidente certamente não pretende correr novos riscos. Por outro lado, os parlamentares peemedebistas já se acostumaram tanto a viver à sombra do poder, que não podem se dar ao luxo de desprezar a fonte onde têm bebido generosamente.
Conhecida essa situação de interdependência, é quase certo que partido e governo se harmonizem.
Risco medido
Mas, como em política a única coisa impossível é o impossível, é preciso jogar também com eventual agravamento da situação, isto é, de crise em crise, partido e governo acabem ressentidos e cumprindo trajetórias diferentes para 2014. Nesse caso, prefeitos, deputados e políticos em geral seriam chamados a antecipar suas posições, a favor do governo ou fiel ao partido.
Quanto ao prefeito Bruno, a definição seria ainda mais complexa se ele tiver de optar entre PSDB, do governo do estado, e o PMDB, que virá ligado ao PT.
Transparência
Está completando um ano, hoje, o decreto 45.969, do governador do estado, que regulamenta o acesso à informação no âmbito do Executivo. Tal como define o seu artigo 1º : “Este decreto dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela administração direta do Poder Executivo, suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias e empresas controladas direta ou indiretamente, com vistas a garantir o acesso à informação”.
A maioria dos municípios de Minas ainda não conseguiu se adaptar totalmente à exigência. Em Juiz de Fora, a prefeitura informou que o acesso estará totalmente adotado em junho.
Primeiro passo
Quando se afirma que as eleições ainda estão bem distantes, é preciso lembrar que nem tanto. Basta citar que dentro de pouco mais de quatro meses será dada a partida ao processo, com o encerramento da temporada de filiação partidária dos que pretendem disputar. Portanto, no dia 3 de outubro os candidatos terão de estar em seus devidos lugares, e não haverá outro tempo para conhecer os passos de adversários em potencial.
A legislação estabelece um ano de antecedência para se filiar. Será o dia em que quem não entrou não entra mais; quem estiver dentro não poderá mudar de legenda, sob pena de inviabilizar a candidatura.
Festa do agasalho
Para mostrar que nem só de carnaval se vive, Zé Kodak promove, pelo segundo ano, a campanha “Banda Daki agasalha Juiz de Fora”, destinada a recolher doações de cobertores e outras peças que possam aquecer a população pobre. No dia 15 de junho, no Parque Halfeld, entre 10h e 16h, dois caminhões estarão recebendo as doações, que depois serão entregues à Paróquia de São Geraldo e à Casa do Caminho.
Não podendo faltar um toque de alegria, Zé Kodak promete a presença de um grupo de veteranos da Banda, com música e fantasias, durante todo o período de recebimento do material.
Planos imediatos
Está prevista para hoje uma reunião de dirigentes do PSB na cidade com o deputado Júlio Delgado, para tratar de assuntos internos do partido. O que não impede, a se confirmar o encontro, uma troca de informações sobre o cenário político.
Verba extra
Ontem, o líder da bancada governista na Assembleia, Lafayette Andrada, comentava que o município vai receber R$ 3,8 milhões da cota-parte do rateio do ICMS e do Fundeb - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Entrechoque
O PMDB tem experiência suficiente para contornar dificuldades internas, mas pode ser que seja instado a redobrar habilidades para administrar aspirações em relação à eleição do novo senador no próximo ano. Articula-se, desde já, a candidatura de Hélio Costa, mas o deputado Newton Cardoso garante que tem o mesmo objetivo. E o atual senador, Clésio Andrade, se não disputar o governo do estado certamente pleiteará mais um mandato no Congresso.
São três caminhos para um mesmo destino, onde só há espaço para um.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do FOLHA JF ))

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