domingo, 19 de maio de 2013

Segundo tempo

Os tucanos paulistas dizem com insistência: a eleição do senador Aécio Neves para a presidência do PSDB não quer dizer que ele tenha obtido passaporte automático do partido para disputar a sucessão de dona Dilma. Mais que uma constatação, um recado. Vai ser preciso muita conversa de convencimento.
Mas, desde ontem, o que mais chama a atenção é o passo seguinte de José Serra. Se ele aceita o convite para ingressar em um dos partidos que o querem, os paulistas poderão se sentir mais animados a promover uma cisão.
Aliado oportuno
O degrau a mais que o senador Aécio Neves subiu, no fim de semana, em seus projetos, é também para o PT um sinal: se quer dar força à candidatura do ministro Fernando Pimentel ao governo de Minas é preciso conversar muito e objetivamente com o PMDB, que passa a ser indispensável para os petistas. Aliás, dá-se um fenômeno pendular interessante,desses que só a política mineira pode explicar: quanto mais Aécio sobe, mais o PMDB se valoriza, ainda que mais distante de chegar ao Palácio da Liberdade.
Polo referencial
Para garantir que 2014 será um ano de intensa movimentação política na cidade, considere-se que três partidos – PSDB, PMDB e PR – já têm como certo que suas articulações regionais serão sediadas em Juiz de Fora.Em eleições anteriores essa mesma decisão, referente a outros partidos, não chegou a funcionar na prática, porque as lideranças locais nem sempre são aceitas em toda a Zona da Mata.
Queda de braço
Agora é com a Justiça. A Associação Mineira de Municípios entrou na Justiça exigindo a reposição, pelo governo federal, dos recursos que seriam devidos às prefeituras mineiras, não fosse a gentileza que se fez com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados. São R$ 261 milhões correspondentes ao que o Fundo de Participação devia ter creditado aos municípios. Como tentativa de fomentar o consumo, o governo liberou parte do IPI, mas quem se deu mal foi o Fundo. Consequentemente, os municípios.
É a primeira batalha que trava o novo presidente da Associação, Antônio Carlos Andrada, prefeito de Barbacena.
Por Isabel
O príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, chefe da Casa Imperial do Brasil, um dos responsáveis pela abolição da Cláusula Pétrea da Constituição, que culminou com o plebiscito de 1993, escreve para comentar o livro de Mary Del Priori, "Castelo de Papel", e saiu em defesa da Princesa Isabel na caso da Abolição:
"Constato que o inegável gesto da assinatura da Lei Áurea, por si só, define a personalidade de minha bisavó. Ela entrou para a história brasileira assinando a lei mais importante do regime monárquico no Brasil, coroando os serviços prestados pela Família Imperial à nação. Mas, o maior biógrafo da Princesa Isabel é, sem dúvida nenhuma, o povo brasileiro que, passados 125 anos da Lei Áurea, não esqueceu o gesto da Princesa, profundamente entranhado no imaginário nacional".
Flanelinhas
Se os vereadores consultarem seus arquivos saberão que faz dois anos hoje que a Câmara prometeu encaminhar relatório ao prefeito, de quem depende, afinal, um plano de adaptação ( ou tolerância? ) em relação aos flanelinhas. Já sabiam que o prometido relatório mostraria que a rapaziada que atua nesse “serviço” é agressiva, desrespeitosa, ameaçadora e vingativa, quando não consegue extorquir, principalmente se o proprietário do veículo que promete “guardar” é mulher. Há exceções. Mas para que servem as exceções se não para confirmar as regras?
E o pedestre?
Toda vez que se fala do caos do tráfego em nossas ruas e avenidas logo a culpa é atirada sobre o descontrolado número de carros em circulação. Mas é preciso considerar que vem se avultando, paralelamente, um problema não menos grave. Todo dia rouba-se um pouco mais dos espaços para os pedestres desta cidade; espaços que são dados de presente, sem critérios e sem regras, aos ambulantes e suas barracas, onde se vendem desde mandiocas, perfumes falsos, tampas de sanitário até relógios de pulso e CDs piratas. O retrato fiel é a Getúlio Vargas, a mais caótica das nossas avenidas.
Sem temores
Quando foram realizados os primeiros contatos para a fusão PPS – PMN, resultando na criação do Mobilização Democrática, havia, pelo menos na cidade, o temor de que a nova sigla caminhasse para apoiar um candidato à presidência da República adversário do senador Aécio Neves na mesma disputa. Os remanescentes ficariam em situação desconfortável. Mas o risco que se temia dissipou-se, com a declaração do presidente do MD, Roberto Freire, de que o projeto é caminhar com Aécio.
Opção dupla
Há alguns dias, quando considerou que Eduardo Campos tem mais cabedal para disputar a presidência que Aécio Neves, o deputado Newton Cardoso reconhecia que, em se tratando do PMDB, são muitas as incertezas em relação às eleições de 2014. E assegurou que a única dúvida que não existe é que “vou disputar a cadeira de senador”. Agora, é sabido que políticos a ele ligados começam a tratar do assunto objetivamente.
Pode estar nascendo um imbroglio para o partido, onde uma outra facção prefere Hélio Costa.
(( publicado também na edição desta segunda-feira do FOLHA JF ))

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