segunda-feira, 20 de maio de 2013

Progresso adiado

Não se confirmarão, certamente, as previsões otimistas de alguns Tribunais sobre a ampla utilização do sistema biométrico para as eleições de 2014. Os estudos andam atrasados. Em todo o País, até agora foram testados eleitores de 200 municípios, dos quais apenas cinco de Minas. A extensão do progresso fica para 2018.
A identificação pela impressão digital traz duas vantagens: reduz a quase zero a possibilidade de fraude na votação e elimina a necessidade do título eleitoral.
Sem piloto
O deputado Marcus Pestana, habitual crítico de Dilma e do PT, recomendava, ontem, que a sociedade brasileira redobre cuidados com o futuro imediato, porque considera que o Brasil mergulhou definitivamente no desgoverno, e que dona Dilma ausentou-se por completo. Pestana acha que “precisamos apertar o cinto, porque o piloto sumiu”.
Desindustrialização
A queda dos índices de produtividade industrial é outro ponto negativo que o deputado coloca sob a responsabilidade do atual governo. É uma preocupação aceita por segmentos da economia nacional, mas acrescentando um ponto na observação de Marcus Pestana: a formidável avalancha de leis, decretos e portarias que complicam e infernizam a vida do empresariado.
Uma comissão parlamentar, criada e encerrada há cinco anos, calculava em 3,4 milhões os dispositivos obsoletos na burocracia brasileira. Problema já bem antigo, pois há quase 40 anos Carlos Lacerda a definia como “um enorme estado de espírito que insensibiliza as pessoas para as dores dos outros, à força de sufocar as próprias frustrações”
Para coordenar
Os prefeitos das cidades filiados ao PMDB poderão ser convidados a coordenar a campanha do partido nas regiões onde têm liderança reconhecida. Ainda não é uma decisão, mas um critério entre vários que são examinados no plano de distribuição de tarefas. Antes, contudo, o comando estadual peemedebista terá de definir se terá candidato próprio. Se optar por alianças, certamente nem todos os prefeitos estarão de acordo com a tarefa da coordenação.
Crime na moto
Pressionada pelo grande número de crimes praticados por motoqueiros, a Câmara pode votar, nos próximos dias, o projeto do deputado Roberto Brito que torna obrigatório inscrever no capacete o número do chassi do veículo, para tornar mais fácil a identificação do criminoso. Elogiável a preocupado do deputado baiano, mas ocorre que muitas motos, quando roubadas pelo criminoso, têm logo o número da inscrição alterado.
Fim do mundo
Pesquisa realizada nos Estados Unidos revela que caiu sensivelmente a venda de alguns produtos, ao mesmo tempo em que aumentou a de outros, por causa da previsão da seita Family Radio de que o mundo vai acabar hoje, a partir de grandes terremotos na Austrália. Maluquices dessa natureza são capazes de afetar compras e vendas entre milhões de pessoas, embora sabendo elas que são falhas as previsões.
Segundo os crentes, sem chance de erro. O negócio é mesmo neste 21 de maio, porque corresponde ao 17º do segundo mês do calendário antigo dos hebreus e a data do dilúvio, em 4.490 a.C.
Jovens resistentes
Documento elaborado por Agostinho Lindauro de Almeida sobre o persistente desinteresse dos jovens pela política, vai ser oferecido ao Tribunal Regional Eleitoral em meados de junho. No ano passado, o professor belorizontino trabalhou em cima de números de Juiz de Fora, entre várias outras cidades, animado com a possibilidade de ter aqui boa orientação para seu estudo, porque pela primeira vez um jovem disputava a prefeitura. Agostinho ainda não concluiu suas análises sobre a questão da idade, mas deve lembrar que a principal concorrente com o jovem Bruno, professora Margarida Salomão, diria logo que a vitória de seu adversário foi “uma vitória da geração”.
Sobre o perfil do eleitor mineiro, os dados conhecidos não desmentem, mas confirmam antigas estatísticas do Tribunal Regional Eleitoral, mostrando que a maioria dos filiados a partidos políticos tem idade entre 45 e 59 anos. No particular da faixa etária, a posição de homens e mulheres não difere. E seja qual for o gênero, não apenas mineiros, mas jovens brasileiros de todos os estados desconhecem as organizações políticas, principalmente quando estão distantes das eleições.
Inutilidade total
Os votos nulos não chegam a ser objeto de preocupação capaz de levar o TSE a promover campanha nacional para combatê-los, como havia sugerido um grupo de deputados governistas na semana passada. Na verdade, esse voto jogado no lixo vai se revelando cada vez mais inútil, porque, mesmo quando em grande volume, já não mais serve para colocar em risco a validade de uma eleição.
Observe-se que em 1965 o artigo 224 de uma lei complementar do Código Eleitoral estabeleceu que 50% mais um dos votos nulos resultariam também na anulação da eleição, conceito que acabou alterado pela Constituição de 88. Ficou então definido que está eleito o candidato que tiver 50% dos votos válidos, descartados os nulos e brancos. Melhor explicando: se todo o País anular o voto, menos um único eleitor, o candidato dele será eleito. Portanto, o nulo é mais inútil do que se pensa.
Para expor
O Museu Mariano Procópio tem regimento rigoroso sobre deslocamento de peças de arte e objetos para integrar mostras fora de sua sede. Nesta semana, tomadas as medidas de cuidado e segurança, e sob pareceres favoráveis das áreas técnicas, estão saindo para a exposição Verbo e Cor, no Murilo Mendes, comemorativa do aniversário da cidade, quatro obras valiosas: “Tardes de Maio” e “Vestígios do Passado”, de Sílvio Aragão, “Primeira Usina Hidrelétrica”, de Sebastião Lidércio Amorim, e “Museu Mariano Procópio”, de Frederico Bracher.
(( publicado também na edição desta terça-feira, 21, no FOLHA JF ))

Nenhum comentário:

Postar um comentário