quinta-feira, 7 de abril de 2016







DIFERENTES


Quando o vereador abate uma paca é execrado, agravado em manifestações diante da Câmara, crucificado pelos ambientalistas, perde o mandato. Quando o deputado leva R$ 1 milhão para votar contar o impeachment da presidente é apenas quebra de uma formalidade ética?     



UM PASSO À FRENTE


A discussão que se trava em torno do processo de impeachment da presidente e do vice-presidente da República tem substância suficiente para relegar a segundo plano outras graves questões do interesse nacional. Relega, ainda mais, reflexão tão desapaixonada quanto possível sobre desdobramentos, consequências e resultados para o Brasil do dia seguinte à última decisão sobre o pretendido impedimento. O que vai acontecer depois? É preciso que as lideranças políticas, entidades representativas, partidos e cientistas políticos estejam debruçados sobre o que virá quando estiver definida a sorte desse governo. Como será o nosso after day?

É preciso dar um passo à frente e que se abra essa discussão.

Sendo mantida no cargo, protegida por decisão do Senado Federal em última instância, o que a presidente terá de nos dizer e fazer, com a responsabilidade de arrancar o País da gravíssima crise em que se encontra? Mesmo ferida e atordoada por essa mesma crise, mas fortalecida no embate final, quais os remédios amargos a prescrever?

Mas se se considerar a outra ponta dos desdobramentos, isto é, sai a presidente e assume quem tem o dever constitucional de assumir, como haverá o País de se conduzir, observado que a mudança do governo não significaria automática e milagrosa superação das mesmas dificuldades com as quais deitamos e com as quais nos levantamos todos os dias. Se o atual governo tem muito que explicar, seu sucessor não escaparia desse desafio.

O calor das paixões nessa dolorosa travessia tem impedido que se discuta o destino em que o Brasil vai atracar. Parece que todos estão jogando com o tempo, confiando tudo nele, remédio para tudo. O tempo paga com o tempo, como diria Seu Mané a Joaquim Retireiro, nos Contos da Mata Mineira, de Alberto Furtado Portugal. Mas já não se disse melhor mesmo é não esperar acontecer?






Nenhum comentário:

Postar um comentário