segunda-feira, 18 de abril de 2011

Renovação no tucanato

O comando municipal do PSDB será renovado no dia 1º de maio, e entram em fase final as conversações para que os grupos internos se ajustem. O atual presidente, Rodrigo Mattos, está no segundo mandato, e o estatuto do partido impede que ele dispute o terceiro. Mas os tucanos que acompanham a liderança do prefeito não gostariam de ver o vereador ausente da executiva, e podem trabalhar para que ele fique com a vice-presidência.
Considera-se que outro vereador, José Laerte, pode somar votos suficientes para comandar o diretório, o que também seria do agrado do deputado federal Marcus Pestana, agora presidente do partido em Minas.
Marcus, embora com quase todo seu tempo dedicado a Brasília, tem cuidado de acompanhar a política municipal. Há dias, sobre esse mesmo assunto, ele teve longa reunião com o senador Itamar Franco, do PPS. Há sinais de que as duas legendas vão discutir a possibilidade de caminharem juntas na sucessão municipal.


Voto como obrigação

Passando à frente da Câmara, o Senado Federal apresentou propostas que entende serem essenciais à reforma política, duas delas capazes de marcar presença no grande projeto que se pretende aprovar antes de outubro, o que permitiria já inovar alguma coisa no pleito de 2012. É o caso do financiamento público das campanhas e o fim das coligações em eleição proporcional.
Mas, se a comissão especial do Senado que tratou da matéria sugere esses passos à frente, também vai contra a tendência das modernas democracias ocidentais ao recomendar que seja mantido o voto obrigatório. A comissão deve ter sido influenciada pelo antigo temor de que, desobrigado, o eleitor vai trocar a urna por um fim de semana no litoral. Depois, se safa dos castigos pagando multa simbólica.
A liberalidade devia ser adotada, ainda que houvesse risco de volumosa abstenção. O voto obrigatório tem facilitado o protesto raivoso. E, em rigor, a obrigação que o eleitor tem é comparecer à seção. Pode anular o voto, que é uma forma de estar ausente do processo.


Presença na Copa

Já se falou sobre a possibilidade, muito remota, de a cidade ter participação, ainda que modesta, na próxima Copa do Mundo, caso o Brasil consiga até lá cumprir todo um cronograma de obras e estrutura de prestação de serviços. Mas, há alguns detalhes a considerar, que devem ser estudados para a eventualidade. Na semana passada, mesmo sem alimentar sonhos, o Senac promoveu encontro de entidades diretamente interessadas para debater.
Entre as exigências que se fazem a uma sede de jogos e preparativos estabelece-se que as seleções fiquem próximas de hospitais bem estruturados. No caso local, duas dessas unidades distam apenas um e dois minutos de onde ocorreriam a emergência. A FIFA exige que os jogodores voem, no máximo, 60 minutos, o que coloca o aeroporto regional em condições de prestar o serviço. Quanto à dimensão dos campos, tratando-se de seleções mais modestas, há os estádios municipal e da Universidade Federal.
Não custa se preparar para uma possibilidade, ainda que distante.


Justiça busca novo espaço


Começou em 2002 a discussão em torno da necessidade de um novo Fórum, quando as atuais instalações, na Rua Marechal Deodoro, já comprometiam o trabalho das Varas, dos cartórios e dos serviços de apoio. O prédio vem da década de 60, no governo Israel Pinheiro, depois ampliado em apenas um pavimento, o máximo que pôde suportar quando a demanda exigia muito mais.
Há dias, através do Tribunal de Justiça e Secretaria de Obras, foram retomados os estudos para construção de uma nova sede. Anos atrás, falou-se na possibilidade de o estado ocupar o espaço do atual Terreirão do Samba, ideia logo descartada, citando-se vários inconvenientes. Agora, ainda que não seja do agrado de muitos advogados e serventuários, fala-se em uma área próxima ao Supermercado Carrefour, onde outra dificuldade é que a prefeitura também demonstra interesse pelo terreno, que pode, no futuro, facilitar a extensão da Avenida Rio Branco. /
Onde quer que se localize o novo Fórum, não é obra para ser iniciada de imediato, pois, para tanto, o governo do estado vai pretender, como primeiro passo, vender o imóvel em que se encontar o atual, para, com o dinheiro obtido na transação, talvez algo em torno de R$ 45 milhões, dar início à construção.
Quem trabalha para aplicar a Justiça ou depende dela terá de amargar mais algum tempo de desconforto.




Dilma entre o querer e o poder

Faltando pouco para completar o prkimeiro quadrimestre de sua investidura, a presidente Dilma vai colecionando pontos que, se não divergem, pelo menos mostram diferenças em relação a seu antecessor. É mais discreta, dispensa o falatório inútil e, nos encontros com seus assessores, prefere soluções imediatas, sem reuniões protelatórias.
Antes mesmo de se concluir se está certa ou errada, reconheça-se que ela tem direito de adotar seu próprio estilo de trabalho.
Vai daí que se tornam numerosos os que antecipam conflitos entre ela e Lula, que, se ocorrerem, serão para o futuro.
Mas Dilma começa a enfrentar o que, não raro, enfrentaram os presidentes eleitos por força de esquemas políticos poderosos ou sob bênçãos de grandes lideranças populares. A presidente vive a relação entre dois polos éticos, como há vinte e três anos o senador Artur da Távola diria a respeito das dificuldades de Fernando Henrique: a ética do pensamento e a ética da responsabilidade.
Quanto ao pensamento, ela não pode deixar de reconhecer que é fruto de monumental estrutura política que Lula montou e executou. O segundo polo ético é o da responsabilidade, já que se tornou presidente de todos os brasileiros, não apenas dos que a elegeram. Pensamento e ação são, portanto, questões éticas desafiantes, das quais certamente não tem como escapar. O sociólogo Max Weber falava sobre isso em 1904.
No caso de Dilma, esquerdista revolucionária, oriunda da resistência armada à ditadura, um outro exemplo claro e recente: pelo pensamento de quem pegou em armas em nome dos oprimidos, o novo salário mínimo que ela fixou não podia ser a miséria que se viu. Mas a responsabilidade da governante impôs coisa diferente. Em suma: quando se está na oposição é mais fácil defender convicções.


*** O reitor Henrique Duque, que retorna de uma viagem à Europa, pode sinaliazar financiamento externo para obras no Parque Tecnológico. Como toda instituição federal, a UFJF deve se preocupar com as ameaças de corte nos orçamentos federais.


*** Entidades que atuam no campo dos direitos humanos dedicam o resto do mês a estudar o texto da minuta do projeto que Conselho das Políticas sobre Drogas. Todas assustadas com o sinistro aumento do consumo de crake entre os jovens.

*** Passagem do ano e carnaval indicaram significativo aumento nos acidentes fatais nas rodovias. A Semana Santa preocupa. As condições das pistas ajudam nas estatísticas, mas as autoridades rodoviárias garantem que a imprudência dos motoristas continua em primeiro lugar.

*** O governador Antônio Anastasia vai figurar entre os agraciados com a Comenda Henrique Halfeld, no ponto alto das comemorações do aniversário da cidade.


*** Estão sendo propostas ao prefeito Custódio Mattos mudanças na metodologia de cálculo da depreciação de imóveis tombados. O objetivo é estimular o proprietário a conservar o bem que for considerado importante para a história e a arquitetura do município, de forma que pague menos imposto. O cálculo proposto fala em até 50% sobre o valor venal.


*** Duas vezes adotada e outras tantas banida, foi retomada a decisão da Settra de proibir ligeiras paradas de táxis na Avenida Rio Branco para embarque e desembarque de passageiros. O protesto é geral, mas principalmente dos idosos que frequentam clínicas e consultórios, em sua grande maioria na Avenida, onde, ao contrário, são tolerados os caminhões de coleta de lixo, que não se contentam em estacionar. Interrrompem e engarrafam o tráfego.

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