quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Defeituosos e necessários

O governo cuida de evitar feridas e ressentimentos na condução da eleição dos presidentes da Câmara e do Senado, porque quer centralizar o poder na aliança PT-PMDB, sem que isso resulte em problemas com os demais partidos da base. Porque, mesmo deteriorados e desgastados, eles ainda são necessários, diante de sua singular competência: se pouco podem ajudar, são exímios solapadores. Não fazem, mas atrapalham na sua confusão de siglas. Em grande parte desacreditados junto à opinião pública, ainda assim indispensáveis, pois, quando convocam suas bancadas de deputados e senadores a embaraçar a vida do presidente, geralmente têm êxito. Lembrando 92, Fernando Collor, que ao se eleger para a presidência da República desconsiderou os partidos. Passados dois anos precisou deles, quando já não tinha mais a simpatia popular. Duas décadas depois, a presidente Dilma aprendeu a não relegá-los. Vai recompor e agradar a todos, depois de dar ao PMDB o comando do Congresso.
Inteligência
A visita que a deputada Margarida Salomão acaba de fazer ao prefeito Bruno ficou bem acima do gesto protocolar e gentil. Inteligentemente, ela conseguiu remover o resquício de uma recente derrota, que já não tem mais validade para seus recém-adversários. E substituiu o segundo turno de outubro pelo papel de agente parlamentar do governo. Desempenhando esse papel, ela passa a ser uma interlocutora dos pleitos da cidade em Brasília, e quanto a isso não pôde deixar de ser aceita pelo prefeito.
Fogo amigo
Discutia-se ontem, em roda de petistas improvisada em happy hour, o caminho que poderá se abrir ao seu partido para uma atuação oposicionista frente à nova administração. Qualquer oposição, onde quer que se encontre no planeta, tem o que falar. Mas, no caso local, a dificuldade maior está no fato de o PT ter algumas posições expressivas no quadro de assessores, o que permite prever que o partido terá de enfrentar o fogo amigo que vai sair das próprias trincheiras inimigas.
Cedo demais?
Pode até parecer, mas não é cedo para se planejar a campanha do próximo ano, quando se elegerão deputados estaduais e federais. Na verdade, tudo deve começar com a organização dos partidos no município, o que tem de ser feito até junho, quando estarão faltando apenas dez meses para se apresentarem as candidaturas. O quadro pode se complicar em relação aos candidatos à Assembleia, onde muitos vão querer chegar.
A propósito...
… vale lembrar que os vereadores bem votados são, quase invariavelmente, candidatos potenciais à Assembleia Legislativa. Os muitos votos obtidos numa candidatura à vereança acenam para voos mais altos. Sempre foi assim, embora tenham sido muitos os fracassos.
Lenta apuração
Seis meses depois da denúncia, nada se apurou. Em julho, foi feita representação dos partidos de oposição junto à Procuradoria Geral Eleitoral, com pedido de investigações sobre o patrocínio de empresas públicas a sites e blogs caracterizados por elogios excessivos ao PT, ao governo federal e por ataques à oposição. Caixa Econômica Federal, Petrobras, Ministério da Saúde e outros órgãos foram indicados entre os patrocinadores nessa representação. O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirma que “esses blogs financiados com dinheiro público tornaram-se meras extensões do governo e de suas campanhas”.
Cavalheiros
O ex-presidente Lula, segundo a revista Isto É e governistas que pedem anonimato, conseguiu promessa do PSDB de que a oposição não entrará nos aspectos de sua intimidade com a secretária Rosemary Noronha, quando atacar a Operação Porto Seguro. Compreensível a prometida tolerância, até porque nessa questão de namoros paralelos a política e o poder expõem muitos telhados de vidro.
Mal do precedente
O projeto do contorno ferroviário, que preocupa o prefeito Bruno, da mesma forma como preocupou alguns de seus antecessores, adormece em Brasília. Não há outro lugar para se obter os recursos, nada menos de R$ 350 milhões. A grande dificuldade, com toda certeza, embora o governo federal não o declare, é o precedente. Se Juiz de Fora obtiver o patrocínio, várias outras cidades de Minas, cortadas pelos trilhos, pleitearão o mesmo tratamento.
Código Civil
O Código Civil Brasileiro, que veio com a Lei 10.406, de janeiro de 2002, está em vigor desde 11 de janeiro de 2003. Vai completar seus primeiros dez anos amanhã, mas, segundo alguns juristas, uma boa parte da sociedade brasileira não o conhece. Reclamam uma ação didática por parte dos tribunais. Ainda há tempo. Expectativa Hoje, completada a equipe do novo prefeito, com a esperada confirmação de Douglas Fasolato para a superintendência do Museu Mariano Procópio, a administração municipal entra em uma segunda fase, que é a busca de entendimentos mais amplos com o governo do estado. O próprio Museu espera beneficiar-se disso, a partir da promessa do governador Anastasia de que serão enviados R$ 5 milhões para obras físicas. Mas em vários outros setores as relações com BH serão importantes, como na Saúde, área em que a dependência municipal mais se acentua, pois os fluxos de recursos têm de ser altos e permanentes. (( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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