quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Endividados

É geral, em Minas, a grita dos prefeitos recém-empossados por causa do acúmulo das dívidas que encontraram. Há casos em que ameaçam fechar as portas da prefeitura para o balanço geral da indigência. Na maioria das vezes são fundadas as queixas. Inaceitável é que não tenham procurado conhecer a realidade, quando se dispuseram a disputar, e nisso investiram e prometeram tanto.
Faltou pressa
O vereador Wanderson Castelar, há anos preocupado com a introdução de melhores padrões de moralidade na Câmara, elogiou a decisão dos colegas de derrubar o 14º e o 15º salários, mas considerou que “poderia ser melhor, se tivéssemos tomado tal decisão no segundo dia do ano, quando iniciamos nossos trabalhos. Isto nos pouparia do constrangimento estampado no noticiário local e nacional, onde fomos arrolados como um dos legislativos mais caros do País”. Segundo ele, “teríamos perdido alguns milhares de reais, e ganho algo que nenhuma quantia pode comprar: confiança e respeito”.
Em campo
Fernando Henrique está em movimento na política nacional. Agora articula o nome de Aécio Neves como candidato do PSDB à presidência da República, mas há quem duvide da sinceridade desse propósito. Haveria outro motivo para um político dessa importância se empenhar tanto por uma candidatura que desagrada seus correligionários de São Paulo?
Visão regional
Primeira mulher de Juiz de Fora a se eleger para a Câmara dos Deputados, a professora Margarida Salomão nem por isso tem disposição de atuar em Brasília centrada apenas em questões locais. Certa de que não há interesses da cidade que não se vinculem aos municípios vizinhos e vice-versa, ela quer dedicar o mandato aos desafios regionais, como revelou ontem em visita à Redação do TER Notícias.
Ao poder
A política brasileira continua demonstrando sua marca essencial: pragmatismo. Os principais partidos políticos se orientam pela manutenção dos nacos de poder. Há uma acomodação dos interesses no tempo presente, e uma visão de futuro para assegurar espaços conquistados e buscar novas conquistas. É a realidade.
São quatro
Ex-embaixador em Cuba e hoje um dos diretores da Copasa, Thiden Santiago, que tem horas de estrada suficientes para analisar a política mineira, chega a uma conclusão: a sucessão do governador Antônio Anastasia está restrita a quatro nomes no campo das viabilidades. Cita Marcus Pestana, sem indicar os demais, que em sua avaliação alimentam o mesmo projeto. Quanto ao deputado, Thilden acentua a base da experiência política que ele começou a adquirir na juventude, em Juiz de Fora.
A presidente
Aplausos para a presidente interina do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, preferindo ser tratada sem o modismo da doutora Dilma, que exige ser chamada de presidenta. Tratamento idêntico para todos, como líder, gerente, superintendente. A ela, que vem de uma tradição de bater duro nos corruptos, ficamos devendo mais essa. Basta não violentar o idioma, que tem os particípios ativos como derivativos verbais. Ensinam os professores que o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante. Quando se quer designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Presidenta? Nada a ver.
Saneamento
Representantes responsáveis pela administração pública estiveram reunidos ontem para discutir o assunto mais antigo da cidade, o saneamento básico. O enfoque é o cumprimento da Lei 11.445, em que o governo federal decreta, soberanamente, que recursos nessa área só serão liberados mediante diretrizes. Estranho, porque elas nunca faltaram neste País. Dizia Celso Furtado que diretrizes já haviam sido traçadas com competência desde Juscelino, mais de meio século atrás.
(( publicado também na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS))

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