quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Votos de 2012 vão sinalizar a sucessão de Dilma

É ponto de vista quase unânime entre observadores e dirigentes políticos que as eleições de 2012, embora municipais, vão servir para a visualização do cenário que se abrirá dois anos depois, quando se processará a sucessão presidencial. Pelo menos é como enxerga a maioria dos atores mais importantes desse processo.
Em Juiz de Fora não será diferente. Já estão colocadas a candidatura de Custódio Mattos (PSDB) à reeleição e as pré-candidaturas de Bruno Siqueira (PMDB); Júlio Delgado (PSB) e Margarida Salomão (PT). O ex-prefeito alberto bejani (PSL) continua afirmando disposição de se candidatar, o que ficaria na dependência de a Justiça ser benevolente com o seu passado; o que não seria surpresa, porque ela tem sido gentil em casos dessa natureza. Mas até junho alguns fatos podem mudar o cenário colocado. PT e PSDB, por serem partidos no poder no País e em Minas, respectivamente, deverão tentar alianças ainda no primeiro turno.

Euro atestado

O vereador José Sóter Figueirôa, que acaba de cumprir roteiro por alguns países europeus, não viu as populações excessivamente neurotizadas por causa da crise financeira que se abate sobre o continente. Mas acha que o euro vai passando por um teste severo, capaz de definir seu papel como referência monetária.


Os milionários

Já é antiga a tentativa de tributação sobre as grandes fortunas. As iniciativas nesse sentido morrem com a mesma velocidade com que surgem. Ontem, certamente a ideia afundou de novo, quando se constatou que não haveria como permitir a tramitação de tal projeto na Câmara, onde 44% dos deputados são empresários muito bem sucedidos.



Busto no Rio

Para completar as homenagens à memória de Itamar Franco, que começaram com sessão solene na noite de segunda-feira, o Clube de Engenharia do Rio vai mandar fundir o busto do ex-presidente, a ser instalado na sede da entidade. Itamar foi o único engenheiro a assumir efetivamente a mais alta magistratura do País.


Uma definição

Entre muitas expectativas em torno da reforma ministerial que deve começa em janeiro, uma tem importância que está acima dos nomes; mas o que eles poderiam representar em relação ao governo anterior. Dilma quererá ser um governo de continuidade ou, pelo contrário, pretende assumir fisionomia própria?
O atual ministério, metade dele derrubado por força de corrupção, tem pouco a ver com a presidente. Foi herança.


Pode ajudar

As expectativas e os fatos políticos por hora conhecidos ainda são insuficientes para que se possa saber se favorecem ou prejudicam os projetos até agora objeto de especulação. Mas os que torcem para a reeleição do prefeito Custódio Mattos acham que o que mais o beneficia é a divisão e a fartura dos opositores. Já nos tempos de Napoleão tinha-se como melhor estratégia dividir os exércitos dos inimigos.


Mello Reis

Novembro marcou o primeiro ano de morte do ex-prefeito Mello Reis, cujo nome a cidade já imortalizou em uma avenida e nas muitas homenagens que lhe eram devidas. Ficou a garantia de que será sempre lembrado como uma das grandes figuras do século que Juiz de Fora viu passar.


Vale o que está escrito?

As emendas votadas pela Câmara dos Deputados, sobretudo as que são de interesse direto e imediato do estado, fazem parte de uma novela em que, na maioria das vezes, o enredo tem final infeliz para os mineiros. As dotações são aprovadas, vão para a presidência da República, depois para os ministérios, e neles geralmente são condenadas ao esquecimento. Nisso frustram-se os subscritores, sejam deputados da situação ou da oposição.
Juiz de Fora tem sido particularmente pobre na liberação desses recursos. Ainda agora, quando governo e parlamentares fecham documento reivindicatório, com base em emendas, o que nos diz respeito é o velho projeto da duplicação da BR-040 (quando se conclui um trecho o anterior já se desfez com o tempo).
Para sustentar em números essa realidade, basta citar recente levantamento realizado pelo jornal “O Tempo”: nos últimos quatro anos Minas só conseguiu receber 36% das verbas que lhe foram destinadas pelos parlamentares. O resultado é ainda pior, quando se trata de emendas de bancada, porque essas, coitadas, não têm quem lute por elas.
Quando se trata de emendas, geralmente não vale o que está escrito. A lei perde para a mais famosa das contravenções: no jogo do bicho, se escreveu, valeu.



(( publicado também na edição desta quinta-feira do TER NOTÍCIAS ))

Nenhum comentário:

Postar um comentário