terça-feira, 28 de maio de 2013

Velha suplência

Faz 15 anos que surgiu no Congresso o primeiro projeto que pretendeu, e ainda pretende, extinguir o senador suplente, figura dispensável em se tratando de eleição majoritária. Em rigor, na substituição ou sucessão do titular quem deve ser convocado é o segundo na escala dos mais votados.
Como o critério contempla a suplência, dá-se que, na maioria das vezes, o suplente é um desconhecido que ascende ao Senado sem ser dono de votos. Nestes últimos anos, 40 deles exerceram o cargo, alguns em caráter definitivo.
Prestigiado
O ex-senador Hélio Costa mostrou que continua com grande prestígio em Juiz de Fora. Ele veio na noite de segunda-feira para assistir à solenidade de instalação do sistema digital da TV Integração, e foi muito procurado pelos peemedebistas.
Hélio entra no segundo semestre como um nome do PMDB para o Senado ou governo do estado.
Discretamente
Para a mesma solenidade, veio o governador em exercício, Alberto Pinto Coelho, mas cercado de discrição política. Não apenas pelo exercício, mas por ser candidato em potencial à sucessão de Anastasia, e uma campanha já parcialmente aberta, esperava-se mais badalação, pelo menos da parte de seu partido, o PP.
Pelo táxi
A cada fim de semana o problema se revela mais acentuado. Graças às facilidades criadas pelo governo para a aquisição de carros de passeio, as ruas e avenidas sinalizam que os próprios veículos, não mais apenas pedestres, não vão ter como se mexer sobre o asfalto.
Com previsão tão sinistra, avolumam-se os espaços para estacionamento e vão sendo criadas novas situações na vida urbana. É o caso de quem tem carro e está no centro, mas vai gastar 90 minutos para chegar ao Alto dos Passos. Percebe que, bebendo ou não, melhor é recorrer ao táxi.
Sem serviços
Para surpresa de centenas de pessoas que diariamente recorrem aos serviços do estado, ontem ficaram suspensas as atividades do PSIU, na Rua Halfeld, cuja sede estava alagada. Não por causa de qualquer temporal inesperado, mas graças a um problema que vinha sendo denunciado há mais de ano: a falta de substituição do velho encanamento. A água explodiu. Também precária a fiação elétrica, que pode trazer problemas ainda mais sérios.
Raquitismo
Com a proximidade do ano eleitoral, e os políticos procurando acomodar suas forças, alguns partidos correm o risco de padecer de raquitismo. Não está longe disso o DEM, que agora pode perder o prefeito de Salvador, ACM Neto. O presidente do PDT, Carlos Lupi, confirmou que vem se reunindo com o prefeito e tratando de seu ingresso no partido fundado por Leonel Brizola.
Ficar no centro
Quando começarem as composições de que participará em 2014, o PSD, algumas vezes à direita e outras à esquerda, deverá ser orientado a pautar suas ações como partido eminentemente de centro. Se for isso, estará ressuscitando o primeiro PSD, criado em 1945, já então no centro, mas na maioria da vezes com posições de um conservadorismo que se identificava mais com a direita. Muitas vezes no foco das grandes decisões, um de seus últimos líderes, almirante Amaral Peixoto, dava a receita dos êxitos obtidos: tirar o melhor que tem a esquerda, o melhor da direita, e decidir no centro.
Tempo certo
Quando se fala na importância de as decisões políticas serem tomadas no momento certo, nem antes nem depois das conveniências, muitos lembram que os mineiros são hábeis para isso. Ainda agora, o PSDB garante que seu candidato a governador não será conhecido antes de outubro.
O ex-governador Hélio Garcia ensinava que, tratando-se de eleição, só se decide depois da parada da Sete de Setembro. Tancredo Neves antecipava: só depois da procissão do Senhor Morto.
Anos de silêncio
Passados os oito anos de Lula e três de Dilma, é interessante perceber que o Congresso Nacional jamais cobra prestação de contas do Ministério do Planejamento, onde se supõe devam ser traçadas metas e prioridades para o País num futuro imediato. Ninguém sabe realmente o que se tem feito, objetivamente, naquele Ministério.
Eduardo Evaristo de Miranda, doutor em Ecologia, não estava brincando quando disse que, aposentando-se, gostaria de trabalhar em planejamento para o governo. A razão é simples: ali você planeja o que não executa, e depois avalia o que não fez...
Indignação e repugnância
A ideia era deixar que a última palavra do blog fosse dedicada a algo realmente agradável para os leitores; uma imagem capaz de confortar e estimular. Mas acabou prevalecendo a tentação de denunciar algo repugnante, que empurra a política brasileira um pouco mais para o último estágio da degradação.
Trata-se de Suzane Richthofen, que se tornou conhecida depois de assassinar os próprios pais, para ficar com a herança, e por isso presa em regime fechado desde 2002 na Penitenciária Santa Maria, em Tremembé. Pois ela acaba de se tornar pastora evangélica, passou para o regime de fechado para semiaberto, e pode deixar o presídio durante o dia. Regalia que ela fica devendo ao deputado Marco Feliciano, que a filiou ao Partido Social Cristão.
(( publicado também na edição desta quarta-feira do FOLHA JF ))

Um comentário:

  1. Olá Sr. Wilson! Como vai? Após reproduzir a sua última nota desta coluna, intitulada "Indignação e repugnância", na rede social Facebook, recebi a informação de que esta notícia é falsa, e me pediram até para que comunicasse ao senhor. Suzane Richthofen ainda estaria cumprindo regime fechado na citada penitenciária. Como é incólume a credibilidade do senhor, nem me preocupei em checar. Pra ser sincero, também não chequei a informação de que ela ainda está presa, com pedido de habeas-corpus negado em 01/04/13. Desculpe minha intromissão. Camila Pitanga manda lembranças! Grande abraço!

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