segunda-feira, 16 de julho de 2012

A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, disse que o Brasil não tolera mais a corrupção, ao garantir, de novo, que a Lei da Ficha Limpa está valendo para a eleição deste ano. Ainda segundo a ministra, será dado todo apoio aos juízes eleitorais para o cumprimento dessa lei. Ora, esta é uma ótima notícia. A maior autoridade da Justiça Eleitoral demonstra comprometimento com a observância da Lei da Ficha Limpa no julgamento dos políticos corruptos. Com isso ela dá uma importante diretriz para as demais instâncias agirem com rigor nos casos de impugnação de candidatos com vida pregressa conhecida na corrupção. Em JF, parabenizou-se o Ministério Público Eleitoral e o juiz eleitoral ao impugnarem a candidatura de alberto bejani para vereador, com base na sua vida pregressa. Mas, já se disse aqui: a decisão é incontestável, juridicamente correta, representa a vitória da moral sobre a imoralidade. Mas a impugnação estaria politicamente adequada se viesse depois da eleição, considerando-se que muito eleitor do ex-prefeito tem direito de votar nele, mesmo sob inspiração do maior dos equívocos. Cumprido esse singular desejo, que ele fosse impugnado depois, se eleito, por ser inconveniente ao serviço público.
É possível
Em seu blog, o ex-prefeito Tarcísio Delgado fala sobre os primórdios do MDB, onde estavam em divergência os moderados e os autênticos. Entre estes, ele próprio se inscrevia. E estabelece relações entre aquela situação e a realidade do partido hoje em Juiz de Fora. A ala que ele considera identificada com os autênticos deve apoiar a candidata do PT. E explica: “Passados todos esses anos, sentimo-nos na contingência de refazer os autênticos a partir de Juiz de Fora. O grupo autêntico não aceita ser linha auxiliar dos tucanos, que não é em si, mas representam e conduzem a extrema direita no País. Estamos estudando a possibilidade de apoio à candidata Margarida Salomão, do PT. Esta, possivelmente, deve ser a posição dos peemedebistas autênticos desta cidade vibrante e politizada”.
Dois pesos
Ainda está viva na memória da cidade a cena: cercado de entusiasmo partidário, o alto comando do PMDB veio para defender a candidatura própria à prefeitura, mesmo que isso custasse, como realmente custou, uma cisão no diretório. Mas, a pouco mais de 200 quilômetros daqui, em Belo Horizonte, colégio eleitoral de expressão nacional, o partido abandonou a ideia do candidato próprio para apoiar o PT. O que se praticou na capital foi exatamente o que os dissidentes postulavam em Juiz de Fora: prioridade no combate aos tucanos.
Sinal amarelo
Há uma justificada preocupação no governo sobre as dificuldades que a presidente Dilma vem encontrando para manter a hegemonia da bancada governista no Congresso. Ao fracassar nas primeiras tentativas de ver logo aprovada a Lei de Diretrizes Orçamentárias, ela deve ter sentido que está faltando articulação política, e a ministra Ideli Salvatti certamente não é a pessoa mais indicada para a missão, até porque as maiores dificuldades têm sido encontradas exatamente no bloco governista. Detalhe para confirmar que o governo ainda não conseguiu se articular é lembrado pelo deputado tucano Marcus Pestana: na Câmara, a oposição, quando muito, reúne de 100 a 120 deputados para obstruir; ainda assim, consegue dar dor de cabeça ao governo.
Ausência
Sob a alegação de que os votos que teve em 2010 não podem servir de instrumento político, Marina Silva anunciou que está fora da campanha eleitoral deste ano. Não apoiará qualquer candidato a prefeito. Não é fácil concordar com a ex-ministra, desde quando esquivou-se de assumir posição no segundo turno presidencial em que disputavam Serra e Dilma. Político que recebe 20 milhões de votos perde, quase naturalmente, o direito à omissão.
A conferir
Pergunta-se, sem que haja alguém em condições de responder, qual será a intensidade do esforço estadual do PSDB e do PT para atuar no resultado eleitoral em Juiz de Fora. Apenas um palpite: a incursão dos antagonistas será maior ou menor na mesma proporção em que os candidatos souberem demonstrar a efetiva importância que a prefeitura local teria na eleição presidencial de 2014. Se em Brasília e Belo Horizonte lideranças dos dois partidos concluírem que Juiz de Fora pode ter um peso especial, por si e pelo papel de polarização que exerce na Zona da Mata, o interesse será bem maior.
(( publicado na edição desta terça-feira do TER NOTÍCIAS )
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