domingo, 15 de julho de 2012

Tempo de pesquisas

Poucos antes das eleições de 2008, nas bancadas de pequenos partidos houve quem pensasse em uma lei que fosse capaz de estabelecer certo controle sobre critérios das pesquisas eleitorais e datas de sua divulgação, para se evitar que, tendenciosas ou não, elas pudessem influir na conduta de eleitores inseguros. Parece que essa também foi uma preocupação do ex-senador Demóstenes Torres, no tempo em que devia recomendar que fizéssemos o que ele dizia, não o que ele fazia... Houve uma tentativa de estabelecer algum critério. Atualmente, como determina a Resolução 23.364 do TSE, a pesquisa tem de ser registrada na Justiça Eleitoral, com nome da empresa que a realizou, quem a financiou e qual a metodologia para a aferição empregada. Mas não se eliminou o vício maior, ou seja, a manipulação dos números para atender a determinado partido ou candidato. Não se cuidou - e aí vai o problema maior – de estabelecer prazo máximo para a divulgação da pesquisa. Quanto mais próxima da eleição, mais ela poderá influir contra ou a favor de um ou de muitos candidatos.
Disposição
Na reunião de fim de semana que teve com candidatos a vereador (cerca de 200) dos 12 partidos que apoiam sua reeleição, o prefeito Custódio Mattos garantiu que está com disposição total para enfrentar a campanha. E estimulou os demais candidatos a acreditarem na vitória e a conhecer seu plano de governo, que está sendo elaborado por uma comissão que se reúne amanhã. Cada candidato a vereador recebeu um kit com todas as informações sobre a campanha da aliança e legislação eleitoral.
Entre muitos
O ex-prefeito alberto bejani não está sozinho entre os candidatos a vereador proscritos pela Justiça Eleitoral. Em Minas, são 197 que os juízes consideram indignos de ocupar uma cadeira em câmaras municipais. Em relação ao ex-prefeito há uma curiosidade a ser esclarecida: se bastaram apenas quinze dias para se identificar nele motivos para negar acesso à vida pública, por que a Justiça arrasta por mais de dez anos os primeiros processos em cujos autos há provas mais que suficientes para condená-lo?
Dois cenários
Faltando 75 dias para a eleição, vai se espalhando pelo País a convicção de que Belo Horizonte pode se transformar no segundo dos grandes cenários da disputa entre governo e oposição – PT e PSDB - onde digladiam Márcio Lacerda e Patrus Ananias. A primeira referência é S.Paulo, porque ninguém melhor que José Serra e Fernando Haddad para simbolizar as forças antagônicas.
Em campo
Parece que Lacerda e Patrus, mais que ninguém, entendem a importância e a responsabilidade do projeto político que lhes foi confiado. É o que se percebe pela disposição de ambos em sair à procura dos votos. Adotaram um ritmo que em geral fica para os últimos dias da campanha, o corpo a corpo, que é o capítulo mais desgastante e perigoso. O negócio é esperar para ver se tal disposição vai durar até o final. Velha e saborosa crônica das eleições de Minas, de Dulcídio Fonseca, dizia que nesse tempo de corpo a corpo o perigo maior está na broa e no café ralo, ofertas irrecusáveis em casa de eleitor. O corpo a corpo ainda não faz parte dos planos dos candidatos em Juiz de Fora.
Para entender
A Assembleia de Minas decidiu pôr fim às manobras e expedientes com que os deputados engordavam seus subsídios. Acabou com os chamados “14º e 15º salários”, mas ficou uma dúvida em relação à ajuda de custo, que se entende como um recurso para o desempenho do mandato. O deputado passa a receber duas ajudas, uma no começo e outra no final da legislatura. Mas por que essa segunda, se ele já estará encerrando o mandato?
E os cursos?
Pelo menos oito entre os partidos que revelavam disposição de entrar na disputa das 19 cadeiras da Câmara haviam prometido promover cursos de preparação de seus candidatos a vereador. Quando se pergunta sobre eles, é comum ouvir que os próprios candidatos não têm manifestado interesse. Seria porque não têm o que aprender ou por considerar inútil o conhecimento?
(( publicado na edição desta segunda-feira do TER NOTÍCIAS ))

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