quinta-feira, 5 de julho de 2012

Situações embaraçosas

Foi por causa da desatenção ou insensibilidade de assessores políticos que a presidente Dilma se viu em situação delicada diante do quadro sucessório em Belo Horizonte. Deram-lhe garantias de que a aliança com o PSB estava consolidada, sem arestas, tanto na eleição majoritária como na proporcional; e acaba que o PT se retirou da aliança, indicando candidato próprio. Há poucos dias ela havia sido instada a tecer os maiores elogios ao prefeito Márcio Lacerda, ”um dos melhores do Brasil”. E agora, quando o PT tem candidato próprio para competir com o adversário que ela exaltou? Como consertar? Muito irritada, a presidente se coloca diante de uma encruzilhada que está exigindo solução imediata, embora o tropeço que se viu em Belo Horizonte esteja longe de ser o pior. Parece que o quadro em Recife está exigindo intervenções ainda mais sérias. No Pernambuco, o clima se agravou por causa de uma atitude corajosa, portanto rara, com que o deputado Maurício Rands surpreendeu e agitou Brasília. Dizendo que esgotou a paciência de esperar que o PT renovasse alguma coisa, ele devolveu o mandato ao partido, desfiliou-se e deixou um cargo de secretaria que ocupava por indicação da direção petista.
Traição na capital
O deputado Marcus Pestana policia todos os passos do Partido dos Trabalhadores, o que o leva a se tornar um crítico permanente dos adversários petistas. Ainda agora, comentando a decisão do PT de abandonar a aliança para a reeleição de Márcio Lacerda em Belo Horizonte, ele disparou: "Atenção senhores e senhoras analistas, articulistas e curiosos: quem rompeu e traiu em BH foi o PT, que tem 900 cargos de confiança na Prefeitura."
Plantão permanente
Recebidas ontem as atas das convenções partidárias que indicaram os candidatos, nem por isso os cartórios eleitorais ficam livres de uma série de atribuições relativas à preparação do processo de votação. Há também os imprevistos, e para isso começam agora a trabalhar em regime de plantão aos sábados e domingos. Em relação à Justiça Eleitoral, o interesse dos políticos vai se concentrar nos casos de impugnação.
Fora legendas
Nota da coluna antecipou, há dias, que no caso de um candidato a vereador ser impugnado depois de eleito, os votos que lhe forem dados não se contam como legendas para eleger os imediatamente mais votados depois dele na coligação. Ontem, duas consultas nesse sentido foram feitas aos Tribunais do Rio Grande do Sul e Alagoas, que confirmaram o entendimento.
Possibilidades concretas
Nas convenções, tempo de discursos exaltados e otimistas, vários pequenos partidos elaboraram previsões de eleição de dois vereadores cada qual, o que não vai ser fácil de se concretizar. Porque, segundo releva a experiência, para a conquista de duas cadeiras é preciso que dois candidatos tenham votação expressiva e bem próxima uma da outra, e um terceiro, bem votado, mas não tanto, ajude a impulsionar os dois primeiros. Para contestar essa observação, cita-se que em quase todos os partidos está aparecendo gente nova, capaz de motivar o eleitorado. Há uma tendência em se admitir que os partidos que têm candidatos reais à prefeitura “puxam” os vereadores. É uma verdade que, se se repetir, manterá na Câmara as bancadas majoritárias do PSDB, PMDB e PT.
Campanha dupla
O deputado Lafayette Andrada, apesar de ter um dos pés parcialmente imobilizado, por causa de uma torção, estava na cidade para participar da convenção do PSDB que aprovou a indicação da candidatura de Custódio Mattos a um segundo mandato, e confirmou disposição de se dedicar a duas campanhas: a de Custódio em Juiz de Fora, e de Toninho Andrada, seu irmão, que disputará a prefeitura de Barbacena. Lafayette lidera o PSDB na Assembleia e todo o bloco parlamentar que dá apoio ao governo Anastasia, o que pode ser importante para a articulação regional. Compõem esse bloco nada menos de 13 partidos. (( publicado na edição desta sexta-feira do TER NOTÍCIAS ))

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